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Elon Musk quer ter zero imóveis ou bens de luxo e usar seu R$1 trilhão para “salvar o planeta”

Na semana em que ultrapassou Jeff Bezos e se tornou o homem mais rico do planeta, Elon Musk anunciou a venda de 3 imóveis e agora diz planejar ter “0 casas”, alocando seus recursos em suas empresas apenas. Na semana em que ultrapassou Jeff Bezos como o homem mais rico do mundo, Elon Musk anunciou […]

Na semana em que ultrapassou Jeff Bezos e se tornou o homem mais rico do planeta, Elon Musk anunciou a venda de 3 imóveis e agora diz planejar ter “0 casas”, alocando seus recursos em suas empresas apenas.

Na semana em que ultrapassou Jeff Bezos como o homem mais rico do mundo, Elon Musk anunciou também a venda de 4 casas na Califórnia por $41,3 milhões.

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Pode parecer “relações públicas”, ou tentativa de promover um ganho em sua imagem, mas na prática Musk tem buscado centrar seus esforços em suas próprias empresas e objetivos.

Em um mundo onde o conceito de patrimônio tem se tornado cada vez mais confuso, em especial graças a inflação de ativos em bolsa que permitem a empresa que fatura $24 bilhões valer $720 bilhões, Musk tem buscado jogar de acordo com as regras.

A ideia de que bilionários são pessoas sentadas em um amontoado de grana, ou que seus $188 bilhões apareçam em seu extrato bancário ainda permanece viva para muitos, mesmo que não faça qualquer sentido para quem conhece a bolsa de valores.

Ações, e empresas, são essencialmente avaliadas na sua capacidade de entregar resultados aos seus detentores. Uma ação pode chegar a 700 vezes o seu lucro anual, como ocorre com a Tesla, se a expectativa de crescimento for elevada.

A conta é relativamente simples. Imagine que uma ação valha hoje 100 vezes o seu lucro, mas o lucro dobre a cada ano. Neste ritmo os 100 anos virariam 50, depois 25, e em pouco tempo já estariam em um prazo de retorno muito mais próximo.

A capacidade de uma ação de crescer e entregar resultados pode fazer portanto que ela seja avaliada em centenas de vezes o seu resultado atual.

No caso de Musk, cuja empresa atua em um setor de vanguarda como o de energias renováveis (sim, a Tesla não produz carros, mas eficiência energética), a aposta se justifica em função do pioneirismo.

Em essência, a Tesla possui dois objetivos nada modestos: resolver o problema energético e as emissões de transporte e residências.

São duas questões fundamentais no combate as mudanças climáticas, e cujos esforços de governos (em especial com uma vitória de Biden), fazem o mercado premiar empresas na área.

Se em 2008 a Tesla se encontrava a beira da falência, tendo sido resgatada na última hora, enquanto empresas como Petrobras estavam no seu auge, hoje a empresa é avaliada em módicas 11 vezes o valor da nossa estatal.

Neste momento, caso se valorize mais 18%, a Tesla valeria mais do que todas as ações da Bovespa somadas.

A mudança, de comportamento, de norte do mercado e dos consumidores, foi o que levou o valor da Tesla para o alto.

Se cumprir suas promessas, como a de ter uma bateria com 1 milhão de milhas de autonomia, a empresa estará ajudando a reduzir drasticamente as emissões em transporte, que respondem por 25% do carbono emitido no planeta.

Com geradores e baterias eficientes, a Tesla pode ainda ajudar as casas a se tornarem autônomas na produção.

Em suma, a empresa busca entregar o sonho de 10 entre 10 daqueles que na primeira oportunidade pediriam a cabeça de Musk por ser um bilionário.

Na outra ponta, Musk é ainda dono de parte substancial da SpaceX, cujo objetivo vai além de reduzir em 10 vezes o custo de enviar cargas para o espaço, tornando uma rede de dezenas de milhares de satélites algo factível. A empresa que colonizar Marte. Apenas.

O potencial de ambas as iniciativas é realmente transformador para o mundo, mas o valor das ações não sobe apenas em função disso.

Apenas em 2020 por exemplo, o banco central americano imprimiu 22% de todos os dólares em circulação no mundo.

Com tamanha liquidez, investidores têm buscado alocar os recursos em ativos que possam obter retornos elevados no futuro. Este tem sido o caso do Bitcoin, das ações, imóveis, terras e de quase a totalidade das empresas de tecnologia.

Musk, ou Bezos, não embolsaram bilhões na Pandemia, mas deram aos investidores que receberam os recursos impressos pelos BCs, uma alternativa positiva no futuro.

Você talvez esteja pensando no quão utópico, ou arrogante, é toda essa ideia de salvar o planeta de um meteoro, e se questionando porque colonizar Marte quando há tantos problemas na Terra, mas essa questão, apesar de válida, importa pouco agora.

O que importa é o impacto social que tudo isso pode causar. Para aquecer a economia, os governos e bancos centrais jogaram trilhões, que por sua vez fizeram o custo de empréstimos desabar, tornando toda grana mais acessível justamente pra tem já tem dinheiro.

Que o dinheiro em excesso ajude a financiar experiências como a da Tesla, é positivo. O problema, é claro, é que essa é apenas a cereja do bolo. A conta social ainda deve chegar, e rápido.

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