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Investimentos

Dinheiro é lixo. Entenda o novo lema do mercado

Se tudo ocorrer como o planejado, seu dinheiro não vai valer nada. John Law nasceu na Escócia do século XVII e, como muitos de seus conterrâneos mais famosos, feito o próprio Adam Smith, enveredou-se pelo caminho da economia e das finanças. Embarque em mais de 150 horas de conteúdo exclusivo sobre o universo das criptomoedas […]

Se tudo ocorrer como o planejado, seu dinheiro não vai valer nada.

John Law nasceu na Escócia do século XVII e, como muitos de seus conterrâneos mais famosos, feito o próprio Adam Smith, enveredou-se pelo caminho da economia e das finanças.

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Foi de Law a ideia de que o valor de um bem se dá pela escassez, e que o valor de uma moeda não deve estar correlacionado à quantidade de ouro ou ao saldo da balança comercial de um país. Por ideias como essas, Law é conhecido como “o pai do sistema bancário moderno”.

Sua contribuição mais famosa, porém, é outra. 

Após se estabelecer na França e cair nas graças do rei Luís XV, Law fundou o primeiro banco francês, o Banco Générale, o primeiro banco central da França.

De posse de tamanho poder, Law se utilizou do banco para lançar uma empreitada nova, a Companhia das Índias Orientais, detentora do monopólio do comércio ultramarino francês. Emitiu 50 mil ações que dariam direito aos frutos da exploração do território francês da Louisiana, que hoje compreende boa parte do território dos Estados Unidos.

Segundo suas promessas, os títulos renderiam  até 120% ao ano, algo que obviamente jamais ocorreu. Nos 15 meses em que a farra das ações ocorreu, a valorização estimada dos papéis foi de 2900%.

O pai do primeiro Banco Central Francês, que chegou a se tornar Ministro das Finanças da França, tornou-se assim o pai de uma das maiores bolhas da história da humanidade graças ao poder de “emitir riqueza” por meio do seu banco.

De lá pra cá a teoria econômica e as finanças avançaram. Nossa compreensão sobre fenômenos inflacionários aumentou exponencialmente, e nossas bolhas se tornaram menos catastróficas, ainda que insistentemente continuem a nos perseguir, quebrando o encanto que nos leva a acreditar a cada Bull Market que dessa vez a economia crescerá para sempre.

Ganhamos confiança graças ao conhecimento acumulado, mas nosso fascínio pelo dinheiro pouco mudou em relação aquele que levou o rei Luís XV a garantir tanto poder a Law. 

Entre 2008 e 2016 por exemplo, os bancos centrais ao redor do planeta emitiram U$12 trilhões nos chamados “Quantitative Easing”, levando a humanidade a conhecer as menores taxas de juros nos últimos 5000 anos. Neste exato momento há mais de U$15 trilhões investidos a juros negativos. 

Pela primeira vez em nossa história conhecemos a ideia de “juros negativos”. Ocorre que juros nada mais são do que o valor que damos ao dinheiro amanhã. Quanto mais acreditamos que estaremos mais prósperos no futuro, maior é o valor que topamos pagar pelo dinheiro hoje. Ou em outras palavras: se eu acredito que serei duas vezes mais rico no futuro, faz sentido que eu pague 50% de juros para antecipar algum dinheiro hoje. 

Tudo isso porém não se limitou a 2016 ou 2017. Entramos hoje em uma crise abrupta, capaz de fechar toda a economia mundial e mergulhar o mundo em uma recessão em questões de semana. Para impedir que isso seja mais traumático, bancos centrais ao redor do mundo tem contratado cada vez mais grana do futuro. Estamos tomando dinheiro dos nossos filhos e netos.

O problema, dizem, está sempre na quantidade, não no ato em si. Se exagerarmos na dose, a ressaca será pior, afinal, não podemos garantir que sempre tenhamos grana no futuro para bancar a dívida que estamos contratando hoje. 

Em face do novo Coronavírus, o FED, o Banco Central americano já declarou que está disposto a comprar “quantidades ilimitadas de títulos do tesouro”, ou mais simples: não há limite para a impressão de dinheiro.

Eis a pergunta de $1 milhão, ou $1 trilhão (tanto faz, dinheiro agora é ilimitado, lembra?): como definir o valor de algo que pode ser criado ilimitadamente? 

Como eu defino o valor de algo que não sofre escassez? Nem John Law conseguiria responder essa, mas algumas pessoas tem sido enfáticas em responder, como Ray Dalio, o fundador da Bridgewater, o maior Hedge Fund do mundo: Dinheiro é lixo.

O problema, como definiu Theodoro Fleury, gestor da QR Asset Management, pode ser resumido em: “Pense em um ativo que se pode criar infinitamente. Esse mesmo ativo está sendo usado como unidade de conta para precificar ativos financeiros. Qual a chance disso dar errado?”

Sim, caro leitor, pode parecer estranho, mas vamos falar sério. Essa é a realidade que estamos construindo para nós mesmos: não há valor no papel moeda. 

Como declarou Stuhlberger, o fundador da Verde, maior Hedge Fund brasileiro, não há dúvidas de que qualquer ativo vale mais a pena do que manter dinheiro em si.

Trata-se de um novo mundo, como a Louisiana, acessível por estes papéis emitidos por bancos centrais como o Générale. A grande questão que se coloca daqui em diante é como medir ativos reais e escassos, em função da moeda fiduciária, potencialmente ilimitada.

Pegue por exemplo um ativo que existe de maneira exatamente oposta: o Bitcoin. Ao contrário das impressoras mágicas dos Bancos Centrais, o Bitcoin é emitido de maneira descentralizada, sem qualquer interferência política, e obedece exclusivamente a uma razão matemática. 

Há um número limitado de bitcoins, assim como de ouro, que são emitidos em uma função decrescente. Melhora. Em poucas semanas o Bitcoin irá se tornar ainda mais escasso, em função do Halving, um processo que já ocorreu duas vezes anteriormente, e que reduz sua oferta pela metade.

Não por um acaso o bitcoin faz parte dos exemplos dados por Stuhlberger como preferíveis ao dinheiro. Tal lógica também faz parte da decisão do Medallion, o fundo de investimentos mais rentável do planeta, a começar a negociar contratos futuros da criptomoeda.

A boa notícia é que você não está atrasado nessa brincadeira, ainda há tempo de aprender e estudar sobre diferentes classes de ativo e entender como escapar do humor político que rege os bancos centrais, e garantir um futuro mais tranquilo.

Neste cenário, a única coisa certa é que se tudo ocorrer como o planejado, seu dinheiro físico não valerá nada em breve.

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