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Deflação nunca foi o objetivo principal, diz brasileiro pioneiro da Ethereum

Um dos principais debates atuais gira em torno do caráter desinflacionário do ETH, que, segundo algumas análises, não se sustentou após a adoção do Proof-of-Stake (PoS).

Desde o Merge, atualização que transformou o Ethereum de um blockchain Proof of Work, para Proof of Stake, a rede blockchain passou por transformações significativas. Apesar disso, algumas previsões sobre a Ethereum feitas antes da atualização não se concretizaram da maneira esperada pelo mercado, como por exemplo a deflação.

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Um dos principais debates gira em torno do caráter desinflacionário do ETH, que, segundo algumas análises, não se sustentou após a adoção do Proof-of-Stake (PoS).

As taxas de rede, que deveriam passar por queimas constantes para reduzir a oferta, acabaram sendo impactadas pela migração de transações para as Layers 2, resultando em um nível de supply semelhante ao de 2021.

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Esta dinâmica fez com que o Ethereum entrasse num estado inflacionário novamente. Embora o mecanismo de queima ainda esteja ativo, ele não queima Ether suficiente para compensar a emissão, levando à maior taxa de inflação em dois anos.

Ethereum pós-merge e a narrativa da deflação: Ultra Sound Money

Contudo, o que defende Alexandre de Van de Sande, um dos desenvolvedores pioneiros da rede e fundador da Ethereum Name Service, a atualização conhecida como The Merge tinha como objetivo principal a transição da Ethereum de Proof-of-Work (PoW) para Proof-of-Stake (PoS), reduzindo drasticamente o consumo de energia da rede.

Van de Sande concedeu uma entrevista ao BlockTrends durante o evento Smart Summit 2025, que trouxe o Blockchain Rio, sob organização de Francisco Carvalho, CEO, para um palco especial sobre criptomoedas e ativos digitais.

Conforme conta Van de Sandes, algumas narrativas que surgiram posteriormente foram mais uma construção da comunidade do que um objetivo real do desenvolvimento.

O termo “Ultra Sound Money”, em referência ao Bitcoin ser “Sound Money”, foi uma provocação apenas, contou ele. O termo sugeria de forma provocativa que a Ethereum se tornaria um ativo com emissão negativa e melhor.

Apesar disso, Alex de Van de Sande argumenta que a principal motivação para o Merge sempre foi a eficiência energética. E não necessariamente a criação de um ativo deflacionário.

A adoção de PoS eliminou o alto custo energético dos mineradores e melhorou a segurança da rede sem depender de um gasto excessivo com eletricidade.

O conceito de Ultra Sound Money, segundo ele, foi uma ideia que surgiu organicamente como um meme dentro da comunidade Ethereum, mas nunca foi um pilar fundamental do projeto.

O papel das Layers 2 e a escalabilidade

Aquém de existir deflação ou não, a Ethereum vem se consolidando como a principal blockchain do setor, e seu crescimento trouxe desafios, principalmente no quesito escalabilidade. As taxas elevadas na Layer 1 forçaram soluções como os Rollups, Zero Knowledge Proofs e outras tecnologias Layer 2 a se tornarem protagonistas do ecossistema.

Van de Sande ressalta que, no início, transações na Ethereum eram baratas, mas com o aumento da adoção, os custos se tornaram proibitivos para usuários comuns. Ele cita o caso de uma startup que faliu porque os custos de onboarding dos usuários chegaram a US$ 100 por pessoa.

Diante desse cenário, ele não acredita que a Ethereum voltará a ser uma blockchain onde usuários comuns transacionam diretamente na Layer 1.

No entanto, ele destaca que ainda há desafios a serem resolvidos, especialmente na usabilidade e na interoperabilidade entre diferentes Layers. A experiência do usuário precisa ser aprimorada para que a transição de ativos entre diferentes Layers seja mais intuitiva e acessível.

ENS, Inteligência Artificial e a nova propriedade digital

Outro ponto abordado na entrevista foi a evolução do Ethereum Name Service (ENS) e sua interseção com tecnologias emergentes como a inteligência artificial (IA).

Van de Sande acredita que o ENS não precisa incorporar AI apenas por ser uma tendência do momento. No entanto, ele enxerga algumas possibilidades de integração, como o uso de IA para sugerir domínios personalizados ou para auxiliar na governança descentralizada.

Além disso, ele destaca que a verdadeira revolução do ENS está na redefinição da propriedade digital. Diferente das redes sociais tradicionais, onde os nomes de usuário pertencem às plataformas, no ENS, os domínios são ativos digitais que realmente pertencem aos usuários.

Esse modelo de propriedade permite novas formas de utilização, como empréstimos colateralizados com domínios ENS e até contratos inteligentes para venda fracionada de nomes.

Ele cita um exemplo interessante: um sistema onde, caso um usuário não cumpra um pagamento, o credor ganha temporariamente controle do nome ENS, podendo usá-lo para divulgar mensagens. Esse tipo de inovação pode mudar a maneira como concebemos crédito e garantias digitais.

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