Para aqueles que acham que um possível imenso resgate do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) ao Banco Master seria algo inédito, não conhecem a história de Silvio Santos, o Senor Abravanel, com o Banco Panamericano a fundo.
Entre para o GRUPO GRATUITO DE WHATSAPP do BlockTrends e fique por dentro de tudo sobre Bitcoin.
Silvio Santos, um dos maiores empresários e apresentadores do Brasil, enfrentou um dos momentos mais críticos de sua carreira em 2010. Na época, o Banco Panamericano, braço financeiro de seu grupo empresarial, foi abalado por uma fraude bilionária que quase levou o conglomerado à falência.
No caso do Panamericano, uma fraude contábil de R$ 2,5 bilhões, descoberta pelo Banco Central, levou o banco à beira da falência, exigindo um resgate do FGC para evitar uma corrida bancária. Silvio Santos, controlador do grupo, teve que oferecer todo o seu patrimônio como garantia para cobrir o empréstimo de R$ 2,5 bilhões.
Da mesma forma, o Banco Master enfrentou preocupações nas últimas semanas. Com depósitos a prazo que somam R$ 45,6 bilhões, representando 58% dos recursos do fundo.
No caso do Silvio Santos e o Panamericano, o rombo de R$ 2,5 bilhões descoberto no banco exigiu um resgate emergencial do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Não obstante, para garantir o empréstimo, Silvio Santos teve que colocar todo o seu patrimônio como garantia. Desse modo, arriscando perder tudo o que construiu ao longo de décadas.
A crise do Banco Panamericano
O Banco Panamericano, fundado em 1990 e adquirido pelo Grupo Silvio Santos em 1991, era uma das joias do conglomerado, especializado em financiamento de automóveis e empréstimos consignados.
No entanto, entre 2007 e 2010, o banco foi palco de uma série de fraudes contábeis que inflaram artificialmente seus resultados financeiros.
Os diretores do Panamericano duplicavam os registros de venda de carteiras de crédito, criando a ilusão de lucros que não existiam. Essa prática mascarou um rombo que, quando veio à tona em 2010 pelo Banco Central (BC), estimava-se ser de R$ 2,5 bilhões.
A fraude veio à tona quando o BC decidiu comparar os créditos comprados e vendidos pelo Panamericano com os de outros bancos brasileiros. De forma a revelar inconsistências graves.
Em 2009, a Caixa Econômica Federal adquiriu uma participação no Panamericano por meio da Caixa Participações. Mas a gestão fraudulenta expôs o banco estatal a riscos desnecessários, levando o Ministério Público Federal (MPF) a acusar cinco pessoas envolvidas na operação.
A descoberta do rombo colocou o Panamericano à beira da falência, ameaçando não apenas o banco, mas todo o império de Silvio Santos.
Entre para o GRUPO GRATUITO DE WHATSAPP do BlockTrends e fique por dentro de tudo sobre Bitcoin.
O resgate do FGC ao Panamericano, e o império de Silvio Santos como garantia
Diante do risco de uma corrida bancária que poderia levar à liquidação do Panamericano, o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) interveio para evitar um colapso sistêmico.
O FGC emprestou R$ 2,5 bilhões ao Grupo Silvio Santos para cobrir o rombo. O empréstimo, que Silvio Santos deveria pagar em 10 anos, veio com uma condição drástica: ele teve que oferecer todo o seu patrimônio como garantia.
Na época, veículos midiáticos como o G1 detalharam que todas as empresas do grupo foram colocadas como garantia. Incluindo a rede de televisão SBT, a fabricante de cosméticos Jequiti, a Liderança Capitalização, o Baú da Felicidade e o próprio Banco Panamericano.
O FGC estimou o patrimônio total dessas empresas em R$ 2,7 bilhões, um valor que, se necessário, o fundo poderia usar para cobrir o empréstimo caso Silvio Santos não conseguisse pagá-lo. Além disso, a holding de Silvio Santos direcionaria os dividendos obtidos ao pagamento do resgate, conforme estipulado no acordo.
Essa decisão colocou Silvio Santos em uma posição de extremo risco. Se o Panamericano não se recuperasse ou se o grupo não conseguisse gerar receita suficiente para quitar a dívida, Silvio poderia perder tudo. Desde o SBT, sua maior conquista na televisão, até negócios menores como o Baú da Felicidade, que marcou o início de sua trajetória empresarial.
O FGC não interferiria na administração das empresas. Mas, em caso de inadimplência, venderia os ativos, o que causaria um impacto devastador no legado de Silvio Santos.
Entre para o GRUPO GRATUITO DE WHATSAPP do BlockTrends e fique por dentro de tudo sobre Bitcoin.
As consequências e a venda do Panamericano
Para evitar a liquidação ou uma intervenção do Banco Central, o Grupo Silvio Santos injetou R$ 2,5 bilhões no banco em novembro de 2010, usando os recursos do FGC.
No entanto, a confiança do mercado no Panamericano foi abalada, e a instituição enfrentou dificuldades para se recuperar.
Em 2011, menos de um ano após o resgate, Silvio Santos decidiu vender o Panamericano ao BTG Pactual, uma operação que, segundo o Estadão, envolveu a cobertura do rombo contábil e a aceitação da dívida pelo banco comprador.
Portanto, o Panamericano foi vendido ao BTG Pactual por um valor não divulgado. Mas que permitiu ao grupo de Silvio Santos se livrar do problema e evitar que o empresário perdesse o seu império.
O FGC, que possui um patrimônio líquido de R$ 28 bilhões, desempenhou um papel crucial ao fornecer o empréstimo que deu a Silvio Santos o tempo necessário para negociar a venda.
A crise do Panamericano foi um dos momentos mais difíceis na trajetória de Silvio Santos, que, aos 93 anos, faleceu em 17 de agosto de 2024.
Potencialize sua jornada cripto na OKX. Junte-se a 60 milhões de usuários e acesse bots de trading de alto rendimento. Acesse: okx.com