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Como João Dória construiu sua fortuna

Possivelmente bilionário pelos critérios de revistas como Forbes e Bloomberg, Dória construiu sua fortuna “unindo” pessoas.

Foi em 1549 que Fernão Vaz da Costa chegou ao Brasil comandando uma das naus que traria Tomé de Souza, o primeiro governante brasileiro. Dali a 7 anos, Fernão se casaria com a genovesa Clemenza Dória, dando origem a família Costa Dória.

Por séculos, a família foi uma das mais tradicionais na região de Salvador, capital brasileira até 1808. Foi nessa cidade, que nasceria João Agripino da Costa Dória em 1919. O advogado, psicólogo e publicitário, que criaria em 1949 o dia dos namorados para promover o comércio em junho, seria também deputado federal. 

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No dia 10 de abril de 1964, poucos dias após o golpe militar, Dória chegaria até a embaixada da Tchecoslováquia, com sua esposa Maria Sylvia, e seus dois filhos Raul e João Doria da Costa Junior. 

A família se exilou em Paris durante os anos 60, para fugir da perseguição no período da ditadura, incluindo João, então com 6 anos de idade. Nota-se que seu apoio a João Goulart contribuiu para Dória ser um dos ainda poucos deputados cassados pelo AI-1, o Ato Institucional número 1.

Entre 1964 e 1966, a família se sustentou em Paris vendendo pinturas de Di Cavalcanti. Quando o dinheiro acabou, o pai de Dória ficou na Europa, temendo ser preso ao retornar ao Brasil, já a mãe, voltaria com os filhos para o Brasil.

Por aqui, venderia suas jóias para financiar a criação de uma fábrica de fraldas no bairro de Pinheiros.

Dória menciona que o período foi difícil para a família, que chegou a ter a luz de casa cortada e vivia com dificuldades.

Antes moradores de uma mansão no Pacaembu, a família agora morava em uma casa simples em Pinheiros, e Dória por sua vez se viu obrigado a trabalhar aos 13 anos, para ajudar a sustentar a casa.

Já em 1974, o pai retornaria ao Brasil, onde se tornaria dono de um instituto focado em meditação, além de uma editora.

Dória por sua vez começaria a estudar jornalismo e publicidade na FAAP, tendo enveredado pela área, passando pela antiga TV Tupi. Na sequência, em 1979 entraria para a Bandeirantes. 

Já em 1981, aos 24 anos, tornou-se diretor de comunicação da FAAP.

Em 1983, Dória assumiu o posto de presidente da Paulistur e secretário municipal de turismo, durante a gestão de Mário Covas.

Já em 1986, Dória ocuparia o posto de presidente da Embratur, onde anos mais tarde seria condenado a devolver a quantia de 6 milhões de cruzados gastos indevidamente pela estatal de turismo brasileira.

Sua ligação com o PSDB se estabeleceu apenas em 2001, ao final do governo FHC. 

Se ao longo dos anos 90 Dória tivesse se dedicado ao setor de revistas e editoriais, nos anos 2000 iniciaria seu maior negócio, e o que seria responsável por fazer dele um dos homens mais ricos do país.

A LIDE, ou Grupo de Líderes Empresariais, nasceu em 2003, sendo responsável por organizar eventos entre, como o nome já diz, líderes empresariais.

Para participar de eventos como almoços e palestras, as empresas pagam uma determinada quantia (que se estima em R$10 mil anuais), além de uma contribuição que varia conforme a participação.

Para estampar suas marcas, empresas podem pagar até R$2 milhões anuais. 

Na prática, João Dória criou o maior grupo de networking do país, reunindo empresas que faturam uma fortuna de ao menos R$200 milhões anuais. A LIDE se tornou uma excelente oportunidade para grupos estrangeiros enviarem executivos para estreitar relações e conhecerem o cenário empresarial local, além de permitir contatos entre o empresariado locais e autoridades como políticos, ministros e outros grandes empresários.

Em 2019, em meio a uma sondagem sobre um suposto IPO (abertura de capital), o Relatório Reservado chegou a publicar que a LIDE possuía um faturamento anual de R$349 milhões.

Ainda segundo a reportagem, a empresa estaria buscando levantar ao menos R$1 bilhão, com intuito de desenvolver uma vertical de turismo de luxo, um braço que leva empresários locais para eventos como eventos em Mônaco ou no Vale do Silício.

A trajetória bem sucedida na iniciativa privada teria rendido a João Dória uma fortuna de R$186 milhões, segundo sua declaração de bens no TSE.

Cabe ressaltar, porém, que o cálculo inclui apenas o capital social. Caso a LIDE estivesse sendo cotada em bolsa, é plausível supor que seu valor atingiria alguns bilhões de reais, fazendo de Dória algo próximo a um bilionário em reais.

Agora, sem a carreira política, é possível imaginar que João Dória volte a se dedicar ao grupo que o tornou conhecido e volte a focar em sua fortuna.

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