Fundado em 2017 por Alex eMashinksky and Daniel Leon, o protocolo da criptomoeda Celsius possuía uma missão nada fácil: tornar-se o primeiro banco tradicional no setor de cripto.
Com essa missão em mente, os fundadores e a comunidade de desenvolvedores levaram o CEL, como o token é conhecido, a se tornar uma entidade de depósitos, onde onde era possível guardar, trocar ou emprestar tokens em troca de juros.
Neste momento em que o “banco” (regulado pela SEC), para de permitir saques, há pelo menos 150 mil bitcoins, ou $12 bilhões em ativos nele. Número superior ao de bancos como Nubank e Inter no Brasil.
Após um bem sucedido ICO em 2018, que levantou $50 milhões, a equipe de desenvolvedores levou a criação da “celsius wallet”, cuja função primária era permitir com que usuários dessem suas criptos em colaterais para empréstimos.
No Celsius, era possível depositar Bitcoin, Ethereum e USDC. Na prática, 90% dos depósitos tinham origem em investidores de varejo, enquanto 100% dos empréstimos tinham como base investidores institucionais.
Através da Celsius, investidores como hedge funds, poderiam tomar emprestado cripto para dar de garantia, por exemplo, em operações short, apostando na queda do preço.
A prática é comum no mercado tradicional, uma vez que para vender uma ação apostando na sua queda, você precisa manter 1 ação em carteira. O que o banco faz é dar a você o direito de compra dessa moeda em troca de juros, assim é possível alavancar sua posição. Digamos que você queira vender 10 mil bitcoins. Para não precisar vender estes 10 mil bitcoins, você pega eles emprestado em um protocolo como da criptomoeda Celsius, pagando juros por isso.
O investidor que empresta recebe os juros e o investidor que apostou na queda possui garantia de que irá entregar estes bitcoins ao final da aposta. Se o preço cair, ele pode usar os 10 mil bitcoins que tomou emprestado e vender, lucrando a diferença entre o preço do empréstimo e o de venda.
Em fevereiro deste ano a SEC iniciou uma investigação sobre a plataforma, bem como outros grandes nomes do mercado de DeFi, ou finanças descentralizadas.
Além da Celsius, Voyager, BlockFi e Gemini também passaram a ser investigadas. O motivo, segundo a SEC, é a ausência de registro das operações como ativos mobiliários. Ainda segundo a SEC, essas plataformas costumam remunerar seus depositários em taxas muito além daquelas de bancos convencionais, que ficam em 0,1% ao ano, contra 3-18% ao ano das empresas de cripto.
A preocupação vai além, tendo em vista que a criptomoeda Celsius, cuja remuneração se encontra em 18% ao ano, feita via tokens CEL, também enfrentou problemas com perdas de chaves e roubos de cripto.
Agora, em Junho, cerca de 7 meses após receber um aporte de $750 milhões que avaliou a empresa em $3,25 bilhões, a Celsius anunciou que está suspendendo saques, transferências e pagamentos.
Na prática, plataformas do tipo tem sofrido um escrutínio maior do mercado após o desastre ocorrido com o token Luna, uma stablecoin que perdeu sua paridade com o dólar e foi a zero.
Com o fechamento de um banco com 150 mil bitcoins em caixa, o mercado opera em forte queda, chegando a $23,8 mil dólares por Bitcoi, enquanto o token Celsius vê queda de 60% em um dia.
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