CEO de petroleira quer combustíveis mais caros para salvar o planeta.

Marteen Westselaar, o CEO da Compañia Española de Petróleos, Cepsa, participou de um painel sobre mudanças climáticas no Fórum Econômico Mundial em Davos, defendendo que o governo use “oferta e demanda”, para incentivar a população a abandonar combustíveis fósseis.

Segundo Marteen, um bom exemplo seria o que ocorreu na Europa, quando a invasão da Rússia a Ucrânia forçou uma redução no consumo de combustíveis, como petróleo e gás natural. 

Na teoria, a defesa do CEO é de que os recursos extras arrecadados poderiam ser destinados à transição energética. 

Na prática, o caso enfrenta certas barreiras, em especial por parte da população que vê o aumento no preço da energia deteriorar a sua renda. 

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No Reino Unido, contas de energia a um custo de até £3500 anuais contribuíram para levar a segunda maior economia da Europa à recessão. Este mesmo cenário tem afetado a Alemanha, uma economia altamente industrializada e dependente do gás natural russo, além da França, que apesar de produzir energia elétrica por meio de usinas nucleares, possui uma produção de petróleo próxima de zero.

A inflação generalizada oriunda desta experiência também levou o mundo a vivenciar juros maiores, o que por sua vez deve conduzir a maiores taxas de desemprego e perda de poder de compra. 

No Brasil, os combustíveis chegaram a subir 80%, levando boa parte da renda de famílias de classe média, além de um aumento de custos de alimentos generalizados.

É improvável que a proposta de Marteen siga adiante, mas dá o tom sobre as discussões em Davos.

O evento, que reúne CEOs, executivos, investidores e políticos ao custo de R$700 mil por pessoa, tem sido pautado nos últimos anos por uma forte presença da chamada “Agenda ESG”.

De fato, o fórum foi o local de nascimento de uma defesa institucional do “capitalismo de stakeholders”, que defende uma agenda de impacto social, e não apenas a busca pelo lucro, por parte das empresas.

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