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BRL1: a história e o futuro da stablecoin brasileira que exporta Selic

Em entrevista exclusiva ao BlockTrends, o CEO da Cainvest, Charles Aboulafia, detalha os bastidores do projeto.

As stablecoins dominam a narrativa da união entre o mercado financeiro e o tradicional. Um dos exemplos mais emblemáticos desse movimento é a BRL1, stablecoin brasileira construída por um consórcio formado por grandes exchanges e orquestrado pela Cainvest. O objetivo? Criar um instrumento estável, seguro e escalável para liquidez em criptoativos no Brasil.

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Em entrevista exclusiva ao BlockTrends, o CEO da Cainvest, Charles Aboulafia, detalha os bastidores do projeto, os diferenciais da moeda e a ambiciosa missão de “exportar a Selic” para o mercado global de criptoativos.

Construindo a infraestrutura da liquidez

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A trajetória da Cainvest no universo cripto brasileiro começou longe das stablecoins. “A gente começou construindo a base da liquidez do mercado institucional no Brasil”, explica Charles.

A empresa desenvolveu um sistema de robôs e infraestrutura que conecta as principais exchanges nacionais ao mercado internacional, eliminando as ineficiências de preços descolados entre plataformas.

Esse background técnico e de mercado foi essencial para perceber o potencial de uma moeda que servisse como elo entre diferentes plataformas. “Se eu consigo conectar exchanges com uma stablecoin eficiente, eu não preciso nem mais de mim no meio da operação. A gente cria algo que é maior do que a gente”, diz.

A gênese da BRL1

Desse modo, a oportunidade de construir uma stablecoin neutra surgiu quando ficou claro que projetos anteriores, como a MBRL, da Mercado Bitcoin, enfrentavam resistências por serem vinculados a uma única exchange.

“Imagina o J.P. Morgan anunciando que vai trabalhar com a moeda do Citibank. Não dá. A gente precisava de algo realmente neutro, com adesão ampla”, explica Charles.

Foi assim que nasceu o consórcio do BRL1, reunindo as líderes do setor, como Foxbit, Bitso, e a própria Mercado Bitcoin, com a Cainvest como articuladora técnica e institucional. “Todos gostaram da proposta e a história começou ali, com os líderes do setor à mesa.”

BRL1 x Drex: concorrentes ou complementares?

Embora à primeira vista BRL1 e Drex pareçam disputar o mesmo espaço, Charles defende que os dois projetos são complementares. “O Drex é a digitalização do real dentro do sistema financeiro brasileiro. Já a BRL1 exporta o real para fora dele, para o mundo cripto, para quem está fora do sistema bancário tradicional.”

Inclusive, segundo ele, o Drex estimulou o desenvolvimento da BRL1 ao criar um ambiente mais receptivo à digitalização da moeda nacional. “Foi um grande parceiro indireto. E, curiosamente, o maior amigo da BRL1 é o Pix. Ele nos ajuda a automatizar o balanceamento de books entre exchanges.”

A BRL1 tem como principal função atual a liquidez intra-exchange, mas o projeto mira alto. A moeda está ancorada em títulos públicos, com paridade garantida via tecnologia própria. Mas o roadmap inclui, no futuro, que a stablecoin possa permitir uma expansão do mercado de tokenização. Basicamente, a BRL1 poderia servir como instrumento para a criação de tokens de títulos privados, CDBs, crédito automotivo e até hipotecas.

Com isso, a BRL1 não apenas serviria como meio de troca ou reserva de valor, mas em um roadmap futuro também pode ser apta a agir como um instrumento de carry trade, ou até mesmo uma ferramenta de infratech para o surgimento de novas classes de ativos globais e no Brasil.

Ou seja, a stablecoin poderia ser capaz de democratizar operações estruturadas que hoje só institucionais fazem, como comprar BRL1 com empréstimos em Tether e receber juros da Selic.

Adesão nacional consolidada, foco agora no mundo

No Brasil, a BRL1 já opera com books ativos nas principais exchanges do país. O foco agora está na expansão internacional. Um comitê do consórcio está convidando 20 parceiros estratégicos fora do Brasil para integrar o projeto.

Portanto, para tocar essa frente, o consórcio contratou Thomaz Teixeira como novo CEO, um empreendedor do setor que já liderou sua própria stablecoin. “Ele viu que o diferencial da BRL1 é que a gente já tem adesão real. E agora a missão dele é escalar isso globalmente.”

A corrida pela confiança

Por fim, em meio a uma avalanche de novos projetos de stablecoins surgindo no Brasil, Charles é categórico ao afirmar o diferencial da BRL1. “A adesão das exchanges é o que muda o jogo. E essa confiança só vem com governança sólida e infraestrutura robusta. É o caminho longo que é curto.”

A BRL1 já está em funcionamento, com paridade ativa e infraestrutura de rebalanceamento. Mas o foco agora é consolidar a rede e, a partir dela, desenvolver produtos mais sofisticados, que realmente levem a criptoeconomia brasileira para o cenário global.

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