Um brasileiro compartilhou recentemente no Twitter uma experiência devastadora de como perdeu as economias de toda a sua vida em um golpe cripto. Conforme contou Bruno Ricciardi ao BlockTrends, ele demorou quatro anos para juntar o montante e no momento vivia apenas do mercado de criptomoedas.
No X, antigo Twitter, ele descreve que o golpe começou com uma mensagem direta no Twitter dele, do usuário @aevowetrust. A mensagem parecia ser tentadora, o perfil oferecia um trabalho de tradução para falantes nativos de português. Esse tipo de golpe leva a classificação de engenharia social, nele o criminoso induz a vítima ao erro por alguma promessa seja de dinheiro fácil ou, neste caso, de um emprego.
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Conforme Ricciardi mostra nas capturas de tela, a proposta parecia legítima, com e-mails profissionais e referências a empresas aparentemente reais. Como @onebit_ventures, @movementlabsxyz e @BlastAPI. Até mesmo o perfil do suposto recrutador no LinkedIn aparentava ser autêntico, ele conta.
Para conseguir o trabalho, agendaram uma entrevista com ele, via um link do “Brave Talk”, uma espécie de meets do navegador Brave. Contudo, ao tentar acessar pelo navegador a chamada de vídeo não abria.
Desse modo, a vítima do golpe cripto foi instruída a baixar um aplicativo chamado bravetalks.exe, sob a justificativa de que o navegador não suporta a plataforma. “Foi o erro que vou lamentar pelo resto da minha vida”, desabafou. Pouco tempo depois, o suposto recrutador ofereceu uma compensação pelo tempo da vítima e pediu o endereço de sua carteira Solana. Foi quando o pesadelo começou.
Fase final, o golpe cripto é realizado
Assim que a vítima compartilhou o endereço, suas carteiras de criptomoedas começaram a ser drenadas em questão de minutos. “Anos de trabalho desapareceram na minha frente”, relatou. Os hackers conseguiram acessar ativos em várias blockchains, incluindo Solana, Ethereum e Bitcoin.
Até mesmo tokens que estavam em staking foram retirados, com exceção de algumas reservas que estavam bloqueadas. Além disso, até a coleção de NFTs Bitcoin da vítima também foi saqueada. “Só consegui salvar 0,1 BTC que estava na Ledger e alguns stakings da Kamino”, contou ao BlockTrends.
“O plano de ação agora é buscar um trabalho com uma renda fixa, realocar o que me resta em cripto e que eu possa me manter relevante até o topo deste ciclo”, disse.
Impacto financeiro e emocional
No total, as perdas somaram US$ 65 mil, com a máxima do dólar de hoje cerca de RS$ 389.460. Conforme ele mesmo relata na thread, o valor pode parecer pequeno em mercados internacionais.
Mas representa as economias de uma vida inteira para a vítima e sua família no Brasil. “Este era o dinheiro que estava guardando para garantir o futuro dos meus pais. Está tudo perdido”, lamentou.
Erros de digitação, e no link do Brave
O ataque utilizou um software malicioso (o bravetalks.exe) para obter acesso às carteiras da vítima, e a hospedagem do arquivo estava em uma URL falsa. “Olhando pra trás eu deveria ter desconfiado do perfil do scammer. Depois percebi que tinham escritas tanto em coreano quanto em japonês no perfil”, contou ao BlockTrends.
Além disso, também a URL do Brave Talks não era a oficial, e também o download do plugin. foi o maior erro que eu poderia ter cometido, mas naquela pressa de não perder a reunião acabei baixando”, disse.
Ele identificou as carteiras que realizaram o golpe, mas confirmou que as movimentações já passaram por embaralhamento por meio de protocolos como Tornado Cash. Mesmo assim, para fins de conhecimento os endereços dos golpistas são:
- Solana: BXtjbc37R7PWyLNEEn3PFYSMzfkTQ5JzsatawKyyYcoP
- Ethereum: 0x89e30592769D94EBDD828B92b9d7A225596eC0E7
Ricciardi também divulgou o e-mail do golpista: [email protected], assim como seu perfil no Twitter: @aevowetrust.
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