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Investimentos

Brasil investe menos em pesquisa do que o Google sozinho

Com investimentos em pesquisas estagnadas há anos, o Brasil vai ficando para trás na era onde os dados valem mais do que petróleo. Foi em outubro de 2004 que a Microsoft fez o que parecia ser uma “chutada de balde”, um pedido de patente para o “duplo clique”. Embarque em mais de 150 horas de […]

Com investimentos em pesquisas estagnadas há anos, o Brasil vai ficando para trás na era onde os dados valem mais do que petróleo.

Foi em outubro de 2004 que a Microsoft fez o que parecia ser uma “chutada de balde”, um pedido de patente para o “duplo clique”.

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Na prática, a empresa de Bill Gates exigir que a novidade desenvolvida pelos seus engenheiros, recebesse um certificado de que era propriedade da empresa, fazendo com que qualquer um que desenvolvesse um produto que exija dois cliques do mouse pagasse royalties a empresa.

Parecia, é claro, porque a insanidade dos pedidos de patentes de Big Techs não parou por aí. Em 2012 por exemplo, a Apple enviou uma patente para “um celular retangular com bordas arredondadas”. Já em 2017 foi a vez da patente do iphone sem bordas. Em 2014 a Alphabet, dona do Google, registrou um pedido de patente para um smartwatch que coleta sangue sem a necessidade de agulhas.

A própria Google, por exemplo, é o que se pode chamar de um laboratório do professor pardal . A gigante do Vale do silício já registrou patentes em carros autônomos, lentes de contato movidas a energia solar para corrigir a visão, e dezenas de outras áreas.  

Graças a um incentivo da legislação americana, a corrida por inovação ganhou uma escala quase imaginável neste século, gerando como consequência algumas bizarrices do tipo.

Para além do bizarro, as empresas do Vale, e outras como a própria Amazon (cuja sede fica em Seatle), ampliando os investimentos no setor em uma média de 11%, contra 6% do aumento nos Estados Unidos como um todo.

A consequência mais surreal, é que boa parte das gigantes de tecnologia investem hoje o mesmo que países inteiros.

Em 2019 por exemplo, todo o Reino Unido investiu $43 bilhões, ou o mesmo que a Microsoft e a Google investiram sozinhas em pesquisa e desenvolvimento.

Para as empresas, os incentivos são claros. Além de criarem barreiras cada vez maiores e impedir que seu negócio seja ameaçado pela concorrência, elas ainda se beneficiam de créditos fiscais.

A artimanha totalmente legal, permite que empresas como a Amazon, a campeã de investimentos, paguem $0 em imposto de renda, pois podem abater gastos com pesquisas do seu imposto devido.

Dentre as 1000 maiores empresas em investimentos em pesquisa, os Estados Unidos possuem 860. O Brasil? 4.

Ao todo, as empresas investem $868 bilhões em pesquisa. As 4 brasileiras (Petrobras, TOTVS, Vale e Natura), investem juntas $1,2 bilhão, ou 0,15% do total das 1000 maiores.

Em apenas 6 dias de 2019 por exemplo, a Amazon investiu mais do que a Petrobras.

Como lembra Warren Buffett, essas empresas de tecnologia possuem um custo de capital muito menor do que a média das empresas globais, permitindo assim que foquem seus esforços em pesquisa.

Apenas em 2020 a Amazon está agregando 1500 postos de trabalho na sua equipe de desenvolvimento da Alexa, a assistente virtual da empresa, além de outros 12 mil postos altamente qualificados na AWS, a subsidiária de armazenamento na nuvem da empresa.

Como cita a Bloomberg, a AWS sozinha poderia ser avaliada em $500 bilhões, ou 80% do valor de mercado de todas as empresas do Ibovespa somadas.

Na prática, com investimentos massivos, as companhias americanas lideram a corrida para capturar e gerir os dados, o “petróleo do século 21”, e assim se tornarem parte relevante do dia a dia de qualquer consumidor global.

Os investimentos em Inteligência Artificial, carros autônomos, soluções médicas e outros setores de ponta, tem tomado a maior parte da atenção das Big Techs.

Segundo um estudo da KPMG, uma das quatro grandes firmas de auditoria do planeta, os investimentos em Inteligência Artificial devem somar $100 bilhões ao ano em 2025. A própria KPMG investe no setor, e acredita que ele será fundamental para garantir a melhoria de eficiência na sua área.

No Brasil, o investimento em startups tem crescido, com a Acesso Digital captando sozinha R$580 milhões para investir em soluções digitais para consumidores, ainda assim, os investimentos por parte do setor privado ainda são baixos.

Segundo o MCTIC, o ministério de ciência e tecnologia, o país investe 1,27% do PIB, ou R$90 bilhões em pesquisa e desenvolvimento, sendo 52% destes recursos públicos, o que na prática significa que as empresas investem R$44 bilhões.

Na coração de dezembro de 2019, do saudoso dólar a R$4, o setor privado investiria portanto $11 bilhões, menos da metade dos $26 bilhões investidos pela Google, e 30% menos que os $16,9 bilhões da Microsoft.

Com baixo investimento em ciência, burocracia e regulações confusas, o país acaba se prendendo na mesma armadilha em que está desde 1980: sem conseguir aumentar produtividade.

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