O Bitcoin e o mercado de criptomoedas, começou a semana no pior dia desde a quebradeira da FTX, em 2022. A maior criptomoeda de todas caiu 17% para US$ 50 mil. Por sua vez, no semanal, a queda foi de 30% na semana passada.
A última vez que isso aconteceu, em março de 2020, durante a COVID, o Bitcoin caiu 37%, para US$ 5.000. Apesar disso, um ano depois o Bitcoin atingiu US$ 50.000.
O que derrubou o Bitcoin?
Cauê Oliveira, analista do BlockTrends Pro, avalia alguns dados que apontam para um medo de recessão nos EUA. Entre eles, diversos dos indicadores de atividade econômica dos EUA sinalizam desaceleração brusca, com desemprego aumentando, vendas reduzindo e taxas de juros ainda elevadas.
“Em um cenário desse, tanto empresas quanto investidores reduzem risco e acabam vendendo ativos de renda variável e se mantendo em dinheiro/ouro”, escreveu em post do X. O analista também explica que outro fator predominante que acaba intensificando a venda de Bitcoin é a quebra do chamado Carry Trade no Japão.
José Artur Ribeiro, CEO da Coinext, explica que na última semana, observou um movimento de queda pronunciado no Bitcoin, que já sinalizava uma retração profunda antes mesmo dos recentes desdobramentos no mercado financeiro global.
“Este recuo foi precipitado na última semana pela rejeição de alvos importantes. Especificamente em US$ 64.400 e US$ 62.500, que indicavam potenciais quedas até US$ 46.200 em um cenário crítico, conforme antecipamos em nossa análise semanal”, escreveu.
O aumento das taxas de juros pelo Banco do Japão surpreendeu ao adotar uma postura mais restritiva. Desse modo, provocou uma valorização do iene e uma queda acentuada no índice Nikkei. O índice despencou cerca de 15% em três dias e atviou o seu “circuit breaker”.
“Esses eventos refletiram diretamente no mercado de criptomoedas. Já que o aumento das taxas de juros impacta diretamente na liquidez global e na disposição dos investidores em assumir riscos.
Eventos geopolíticos
Além disso, houve eventos geopolíticos como tensões no Oriente Médio, protestos no Reino Unido e questões na Venezuela. Contudo, para Ribeiro, embora significativos, ainda são considera de menor impacto quando comparados com a situação macroeconômica mais ampla.
“Esses eventos têm potencial para influenciar os mercados. Mas até o momento, seus efeitos foram relativamente limitados em comparação com as questões econômicas globais”, afirmou. “O Bitcoin, sendo um mercado que opera continuamente, respondeu de maneira imediata neste domingo a essas mudanças, servindo como um termômetro inicial para a liquidez global.
O bitcoin pode sofrer com a fuga de liquidez, mas para o CEO da Coinext é improvável que vejamos uma queda muito mais acentuada no ativo daqui para frente, com os investidores já antecipando e reagindo a negatividades potenciais.
“Com a abertura dos mercados na segunda-feira, espera-se um esclarecimento crucial sobre os efeitos de curto prazo desses eventos. Os fundamentos robustos da criptomoeda nos garante que ela irá se recuperar, ainda que espera-se alta volatilidade nos próximos dias”, disse.
Vale notar que este cenário reforça expectativas de cortes nas taxas de juros pelos bancos centrais, especialmente o Federal Reserve dos EUA, o que pode beneficiar o Bitcoin quando o mercado precificar esse movimento mais intensamente.
“A inversão da curva de rendimentos dos títulos do governo dos EUA, com rendimentos de 3 meses superando os de 30 anos, é um sinal clássico que antecede recessões, indicando uma deterioração econômica. Outros indicadores econômicos também apontam para uma atividade contraída, reforçando o cenário de alerta que historicamente precede crises, reforçando um corte de juros que pode vir até maior que o esperado”, afirmou.
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