Um recente documento do Banco Central Europeu (BCE) acusa o Bitcoin (BTC) de causar inflação devido a um aumento na demanda. Conforme o novo relatório, o Bitcoin pode ter influência na economia global, particularmente no que diz respeito à inflação.
O estudo destaca que o aumento expressivo no preço do Bitcoin pode gerar uma alta na demanda agregada. O que poderia, por sua vez, exercer pressão inflacionária nas economias.
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O BCE argumenta que, à medida que o Bitcoin se valoriza, há um aumento no consumo e na riqueza dos detentores da criptomoeda. Portanto, pode desequilibrar a política monetária de alguns países.
Apesar disso, o BCE tem acompanhado de perto a evolução da inflação na zona do euro desde 2018. Ao longo desse período, a inflação apresentou diferentes flutuações. Sendo impactada não pelo Bitcoin, mas por fatores como a pandemia de Covid-19, a guerra na Ucrânia, e os efeitos persistentes na cadeia de suprimentos global.
Acuse-os do que é
Desde 2018, a inflação na zona do euro teve grandes variações, atingindo um pico em 2022. Na época, a média anual chegou a 8,83%, devido, em grande parte, ao aumento nos preços de energia e alimentos.
Em 2023, a inflação começou a desacelerar, mas ainda manteve taxas elevadas, com alguns países, como Hungria e Estônia. Ambos os países registraram aumentos acima de 60% em determinados períodos.
Já para 2024, as projeções indicam uma média mais controlada, em torno de 3,2%. Portanto, nada de Bitcoin influenciou nessa alta. Por outro lado, os investidores sabem muito bem quanto será a inflação do Bitcoin. Isso porque, diferentemente de moedas fiduciárias tradicionais, a criptomoeda possui um fornecimento limitado. Seu código prevê a criação de, no máximo, 21 milhões de unidades.
Portanto, o Bitcoin, desde sua criação, tem apresentado uma taxa de inflação previsível, que diminui ao longo do tempo devido à sua programação de fornecimento fixo. Desde 2018, a taxa de inflação anual do Bitcoin tem caído gradualmente.
Em 2018, a inflação do Bitcoin era de aproximadamente 3,79%, e a cada quatro anos, essa taxa diminui pela metade após o evento de “halving” (redução da recompensa por bloco minerado). Em 2020, com o halving, a inflação do Bitcoin caiu para cerca de 1,8%. Atualmente está em torno de 0,85%.
BCE sugere monitorar o Bitcoin
No estudo, o BCE ainda propõe que os bancos centrais monitorem cuidadosamente o efeito de tais variações de preço nas criptomoedas. A entidade sugere que, em cenários de alta, eles poderiam ser forçados a adotar medidas como o aumento das taxas de juros para conter o aumento da demanda e manter a inflação sob controle.
Caso esses efeitos não sejam bem compreendidos, o BCE alerta que políticas monetárias inadequadas poderiam levar a uma inflação temporária. Exacerbada pelo aumento no consumo relacionado ao crescimento da riqueza em Bitcoin.
Contudo, o argumento do BCE sobre a inflação potencial não considera uma diferenciação clara entre Bitcoin e moedas fiduciárias, que podem ser emitidas em quantidades ilimitadas por bancos centrais.
Um dos maiores problemas enfrentados pelas moedas fiduciárias é o excesso de impressão, o que não é possível com o Bitcoin. Além disso, o aumento da liquidez global, que afeta moedas tradicionais, não afeta o Bitcoin da mesma forma, já que ele não é gerido por uma entidade central.
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