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As 5 piores previsões da história sobre o Bitcoin

Falar do Bitcoin é fácil, difícil é acertar qual será seu futuro. Por um lado, a excelente performance tecnológica e financeira do ativo digital nos últimos 4 anos vem surpreendendo até mesmo entusiastas de longa data. Por outro, até mesmo alguns grandes nomes da economia e do mercado financeiro que cravaram o fracasso da criptomoeda […]

Falar do Bitcoin é fácil, difícil é acertar qual será seu futuro. Por um lado, a excelente performance tecnológica e financeira do ativo digital nos últimos 4 anos vem surpreendendo até mesmo entusiastas de longa data. Por outro, até mesmo alguns grandes nomes da economia e do mercado financeiro que cravaram o fracasso da criptomoeda no período estão tendo que lidar com uma incômoda realidade: erraram feio.

Além da notoriedade em suas respectivas áreas de atuação, isso é o que têm em comum Nouriel Roubini, Peter Schiff, Jamie Dimon, Warren Buffett e Samy Dana. Eles carregam um duplo peso nas costas, o de avaliações prematuras, por vezes arrogantes, sobre o Bitcoin e o de eventualmente não terem tomado melhores decisões financeiras no período, em virtude disso.

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NOURIEL ROUBINI

Nouriel Roubini é economista e consultor especializado em análise financeira. Ficou mundialmente famoso como “Doctor Doom”, algo como Doutor Catástrofe, em virtude de suas pioneiras previsões sobre a ruína do mercado imobiliário norte-americano, já em 2005.

Ocorre que, se dependêssemos das avaliações mais recentes de Roubini, haveria grandes crashes não apenas nos ativos reais, mas também em ativos digitais como o Bitcoin. Em audiência sobre criptomoedas no Senado dos EUA, Roubini disparou em 2018 que a blockchain não passava de um “Excel glorificado” e que o Bitcoin seria mais um modismo passageiro em formato de bolha financeira.

Desde essa fala de Roubini, o BTC acumula alta superior a 45%. E detalhe: como evidencia este tweet, Nouriel foi um crítico pioneiro, falando mal do ativo digital desde quando ele valia incríveis 58 dólares. Se hoje seu preço está em torno de 9600 dólares, parece que alguém aí perdeu uma oportunidade relativamente grande.

Entretanto, o economista não parece ter se abalado com o próprio equívoco e segue com os disparates. 1 ano depois, em painel do CC Forum, disse que prefere o dólar a todas essas “merdas de moedas de vocês”, direcionando seu comentário aos entusiastas do Bitcoin Bobby Lee e Tone Vays. Ironicamente, Nouriel fez ainda uma rara concessão à sua própria visão durante o evento, ao dizer que o BTC pode ser uma “reserva parcial de valor”.

PETER SCHIFF

E ele não parece estar sozinho nessa. Um crítico de longa data do Bitcoin que vez ou outra parece fazer concessões pontuais, como se no fundo não conseguisse confiar em partes do que fala publicamente, é Peter Schiff. Figura emblemática nos círculos de economia liberal mundo afora, Schiff é CEO e estrategista da Euro Pacific Capital.

Em sentido prático, para a maioria das pessoas que o vêem ele é um ardoroso defensor do ouro, tanto como investimento quanto como padrão monetário. Isso já deveria ser motivo para ponderar um viés de auto-interesse em suas falas sobre Bitcoin, já que uma de suas principais atividades comerciais é a oferta de negociações de metais preciosos via SchilffGold.

Entre os entusiastas, o Bitcoin é visto como “o ouro digital”, por ter uma rigidez monetária similar à do metal precioso, mas com o benefício de pode ser facilmente custodiado pelo próprio usuário ou transmitido por canais puramente digitais. Já para Peter, “o Bitcoin não será o dinheiro do futuro” e quem nutre um saudável ceticismo com as moedas nacionais mas migra para o Bitcoin, ao invés do ouro, estaria “saindo de uma panela quente para saltar direto no fogo”.

Essas palavras foram ditas por ele em agosto de 2017. Desde então, o BTC já acumula alta superior a 110%. E se tomarmos como base alguns comentários depreciativos informalmente feitos por Schiff em conferências mundo afora, esse percentual seria ainda maior, pois Schiff parece criticar o criptoativo desde que ele ainda valia poucas centenas de dólares.

JAMIE DIMON

Se Nouriel Roubini e Peter Schiff ao menos nutrem alguma desconfiança necessária frente ao sistema monetário global, provavelmente o mesmo não pode ser dito no caso de Jamie Dimon. O bilionário é CEO do JP Morgan, uma das pedras angulares do sistema financeiro. Segundo muitos analistas, provavelmente se trata de alguém com muitas razões (e talvez interesses) para se manifestar contrário ao Bitcoin.

E ele não poupou fatalismo ao emitir uma de suas mais polêmicas e equivocadas opiniões em novembro de 2015: “o Bitcoin não irá sobreviver”. Trago a você e a ele duas interessantes notícias. O Bitcoin segue sobrevivendo e, desde a fala de Jamie Dimon, acumula alta superior a impressionantes 2300%.

Se considerarmos que ele segue bilionário, é razoável crer que provavelmente não apostou grande contra o Bitcoin desde aquela época. Isso nos permite refletir sobre em que medida essa e outras falas de barões do mainstream financeiro refletem verdadeiramente o que pensam. E a partir de que momento isso se torna um reflexo de medo, ignorância ou interesses escusos.

WARREN BUFFETT

Warren Buffett usualmente dispensa apresentações. Considerado no imaginário popular dos negócios e das finanças o maior investidor do mundo, Buffett tem a seu favor ganhos muito consistentes ao longo de anos. Boa parte disso devido a leituras de mercados que domina como poucos. Entretanto, não é de hoje, tecnologia não parece ser o principal deles.

Segundo o próprio investidor, os aportes relativamente pequenos em empresas de tecnologia listadas nas bolsas mundiais se devem a uma regra simples que ele aplica em suas decisões. “Não invisto naquilo que não entendo com certa profundidade”. Essa lição de humildade é de grande valia na hora de decidir como investir seu dinheiro. Entretanto, Warren parece não ter se lembrado dela ao lançar suas previsões sobre o Bitcoin.

Para ele, o Bitcoin não passaria de uma “máquina de apostas”, que “não produz nada” e “só fica parado” e que por essas razões não poderia ser considerado um “investimento” de verdade. Essa fala gerou manchetes quando foi dita em maio de 2019. Desde então, um ano depois o BTC acumula alta superior a 60%.

SAMY DANA

O Brasil não poderia ficar de fora da lista, claro. E nesse sentido poucas figuras são tão proeminentes e polêmicas quanto Samy Dana. O economista é figura carimbada em programas de TV, quase sempre relacionado a comentários macroeconômicos ou avaliações de investimento.

Samy fala da tecnologia há bastante tempo, tendo escrito sobre o BTC para a Folha ainda em março de 2014, quando a moeda era avaliada em cerca de 600 dólares por unidade. Se ele no entanto já buscava entender melhor sobre a inovação do protocolo, parece ter falhado ao longo dos anos em entender a principal proposta de valor do criptoativo. 

Desde então, tendo enfatizado por diversas vezes o que acredita se tratar de falhas no funcionamento do Bitcoin enquanto moeda, Dana não apontou, na opinião de boa parte dos entusiastas das moedas digitais, razões contundentes para algumas de suas análises mais ácidas.

Em comentário recente, por exemplo, atribuiu o valor do Bitcoin à teoria do “tolo maior”, levando a crer que não há fundamentos sólidos ou racional por trás de uma alocação no criptoativo, como já havia falado em múltiplas ocasiões nos últimos 5 anos. Desde que escreveu mais profundamente sobre o tema em março de 2014 até hoje, o Bitcoin já subiu mais de 1400%.

De um lado, temos aquele que estudou o Bitcoin, compreendeu sua rigidez monetária assegurada pela criptografia e o valor disso em mundo de impressões aceleradas de dinheiro, optando por diversificação e proteção ao alocar uma parte saudável de seu portfólio no criptoativo. 

De outro, temos uma visão mais restritiva sobre tecnologia e fundamentos macroeconômicos, responsável por não considerar investimentos em classes inovadoras de ativos, mas que por isso passou longe da rentabilidade observada no BTC ao longo do período.

Será mesmo que há um tolo maior nessa história? E quem seria ele?

FUTUROS OBITUÁRIOS DO BITCOIN

Esses casos mostram que não importa o quão grande você seja no mercado, apostar na derrocada do Bitcoin pode muitas vezes sair caro, em termos de custo de oportunidade (e de reputação). Se qualquer nova tecnologia apresenta limitações e qualquer revolução sócio-econômica traz dúvidas e potenciais críticas, é com debate e conhecimento que se consegue avançar.

No entanto, é impressionante notar como para alguns agentes o que parece importar mais são as agendas privadas, os comentários descabidos ou a repetição de clichês amplamente refutados.

Situação similar ocorreu no final da semana passada, quando foi “vazado” um relatório recente do Goldman Sachs a seus clientes, contendo trechos como: “o Bitcoin não gera fluxo de caixa como ações”, “(ele) é utilizado em atividades criminosas”, dentre outras afirmações largamente derrogatórias.
Desde que o vazamento começou a repercutir na internet, há poucos dias, o BTC já acumula alta superior a 5%.

Não importa o quanto evolua em termos tecnológicos ou financeiros, o Bitcoin continuará a ser alvo de “obituários” dando conta de sua derrocada. Seja do Goldman Sachs, cuja capitalização de mercado é menos da metade daquela do Bitcoin, ou de outros atuais incumbentes.

*Este texto não é uma recomendação de investimento.

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