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Após 16 anos Merkel deixa o governo na Alemanha. Isso é o que você precisa saber sobre

“Um grande risco político com potencial de criar instabilidade”, assim define a maior consultoria política do planeta sobre o fim da era Merkel após 16 anos.

Angela Merkel nasceu em Hamburgo, ou melhor, na “República Democrático Alemã”, o lado comunista da cortina de ferro. Formou-se em física na Universidade Karl Marx e fez pós-graduação em química quântica (algo que nem eu e nem você sabemos o que é, mas parece respeitável).

Sua carreira política começa com a queda do muro de berlim, em 1989, quando Merkel decide ingressar no partido “Despertar Democrático”, disputando a primeira e única eleição multi-partidária no lado comunista da Alemanha.

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Com a unificação, porém, seu partido promoveu uma fusão com a CDU, a União Democrática Cristã, onde Merkel está até os dias atuais.

Como o próprio nome já deixa subentendido, a CDU é um partido Cristão (no shit Sherlock!), e conservador (no termo original).

Já na CDU, Merkel foi eleita deputada no Bundestag, o parlamento alemão, sendo convidada para se tornar ministra, no “Ministério das Mulheres e Jovens”, e em seguida no Ministério do Meio-ambiente.

Após 1998, Merkel se tornou secretária-geral da CDU, e em 2000, sendo a primeira mulher a comandar o partido.

O início do seu comando na CDU se deu na oposição. Apenas 5 anos depois, o partido ganharia a eleição, e então, finalmente Merkel chegaria ao poder.

Neste momento cabe lembrar algo básico, e extremamente relevante. A Alemanha é uma república parlamentarista. Em suma, o país possui um presidente, que exerce o cargo de chefe de Estado, representando o país em missões e eventos oficiais, e com poderes bastante limitados.

Quem manda de fato, é o parlamento. Isso se dá por meio das eleições para deputados.

O partido com maior quantidade de deputados eleitos no parlamento assume a missão de formar um governo, e é aí que a coisa complica.

Com 6 grandes partidos, os verdes, os liberais, os sociais democratas, os democratas cristãos, a esquerda e um quinto partido que muda de tempos em tempos (geralmente representando uma ala de extrema direita), o partido que mais elege cadeiras no parlamento quase nunca o faz em número suficiente para governar sozinho.

Isso significa que o partido vencedor, aquele que é chamado a formar um governo (e cujo líder se torna primeiro-ministro), precisa formar uma coalizão.

No caso de Merkel, sua primeira coalizão, em 2005, se deu com os Sociais Democratas.

Merkel assumiu com planos de cortar despesas públicas, promover reformas e reduzir o desemprego alemão, que em 2005 beirava os 11% (contra os 4.3% agora em meio a pandemia). Para governar, porém, precisou fazer concessões.

Logo de início os Sociais Democratas impuseram um aumento de impostos sobre renda, lucro e consumo.

Este tipo de dinâmica se repetiu ao longo dos 16 anos em que Merkel esteve à frente do governo. Hora governando junto à liberais, hora governando com sociais-democratas.

Ainda assim, em seu começo de governo, Merkel manteve posições que havia adotado durante o período como líder da oposição: defesa da energia nuclear, de uma aliança maior com os Estados Unidos, incluindo apoio a invasão do Iraque, reforma trabalhista e reforma em benefícios sociais.

Em 2009, em meio a crise global, Merkel obteve a maior vitória de seu partido até então, e terminou por formar um governo com o FDP, o Partido Liberal Alemão.

Durante este período, a Alemanha viu uma redução drástica no desemprego, um aumento de reformas, abolição do serviço militar obrigatório (com Merkel sendo contrária), e outras vitórias.

A despeito de os Liberais serem o partido preferido para formar governos, a cláusula de barreiras nas eleições seguintes impediu a aliança de continuar. O FDP fez 4,9% dos votos, contra os 5% necessários.

De volta a aliança com os sociais-democratas, Merkel implementou mudanças, como a criação de um salário mínimo, além de uma política imigratória para acolher centenas de milhares de imigrantes advindos de países em guerra civil, como a Síria.

Eleita e reeleita a mulher mais poderosa do mundo, Merkel soube convergir opiniões distintas dentro da Alemanha, assegurando um papel crucial do país dentro da própria União Europeia.

A Alemanha se tornou por larga vantagem o país mais relevante do bloco.

Suas opiniões, como a expressa no Fórum Econômico Mundial, de que a Europa detém 7% da população, 25% do PIB e 50% dos gastos sociais do mundo, mostram parte daquilo que a chanceler buscou implementar em seus anos de governo.

A Alemanha saiu de um desemprego de 2 dígitos, em 11%, para se tornar uma das economias mais competitivas do planeta, com desemprego em torno de 3% antes da pandemia.

Suas posições sociais por vezes são consideradas controversas, tendo em vista sua necessidade de alinhar interesses difusos dentro do país. Sua defesa imigratória foi amplamente criticada, a despeito de hoje não existir dados que comprovem as críticas feitas durante o período, como a de que haveria um aumento na violência, ou custos para a sociedade alemã.

A Alemanha luta ainda para se tornar um país com menor impacto ambiental em emissões de gases como CO2. O plano de investir em energia nuclear, porém, foi deixado de lado por pressão dos membros do partido Verde e do partido social-democrata.

Durante a gestão de Merkel, um plano de meio trilhão de euros para mudar a matriz energética foi posto em prática.

Um dos pontos mais emblemáticos sobre a maneira como Merkel lidou em seu governo ocorreu em 2017.

Após mais de uma década em que seu partido travava o avanço de uma votação sobre legalização da União Homoafetiva, o projeto foi a votação.

Merkel então declarou que os membros do partido deveriam votar “de acordo com a sua consciência”. O projeto foi aprovado, mas a deputada Angela Merkel votou contra, por acreditar que como diz a constituição, casamento é entre homem e mulher.

Após a aprovação, Merkel deixou de lado sua opinião pessoal e então mostrou confiança de que a medida levaria a um aumento no respeito à diversidade, além de trazer paz e coesão social.

Foi por conseguir manter suas opiniões pessoais firmes, ainda que as circunstâncias levassem a outros caminhos, que Merkel se tornou uma das líderes mais longevas na história recente da Europa.

Sua posição ajudou a manter a relação entre França e Alemanha, a despeito de visões distintas para a União Europeia, garantir a integridade do bloco, mesmo após o Brexit, e conciliar as posições de Polônia e Hungria com os demais 25 membros.

Não por coincidência, a consultoria Eurásia considera que sua saída do poder seja um dos maiores riscos políticos da atualidade.

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