As gigantes do varejo Amazon e Walmart estão considerando entrar no mercado de stablecoins, segundo fontes do The Wall Street Journal. O movimento pode marcar uma nova etapa na integração entre grandes empresas e a infraestrutura de ativos digitais. Com impactos relevantes sobre pagamentos, liquidez de mercado e concorrência monetária.
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Com vendas combinadas superiores a US$ 1,2 trilhão em 2024 e mais de 3,6 milhões de funcionários no mundo, as duas empresas visam reduzir custos operacionais, acelerar liquidações e capturar rendimento financeiro sobre o lastro de suas próprias moedas estáveis. Vale lembrar que a prática já é utilizada por emissoras como Tether (USDT) e Circle (USDC).
Stablecoin como nova frente de negócios
A proposta não é apenas tecnológica, mas estrategicamente financeira. Emitir uma stablecoin própria pode funcionar como um sistema fechado de pagamentos. Portanto, seria similar ao que já ocorre com cartões de loja, programas de fidelidade e carteiras digitais proprietárias. Ao deixar de usar intermediários como bancos e bandeiras de cartão, Amazon e Walmart poderiam:
- Eliminar taxas de adquirência e de processamento;
- Reduzir prazos de liquidação com fornecedores;
- Gerar rendimento com o investimento do lastro em títulos do Tesouro americano — o mesmo modelo que tornou Tether e Circle bilionárias.
A escala que faz diferença
O impacto potencial é gigantesco. Em 2024, a Amazon movimentou US$ 638 bilhões em vendas, e o Walmart, US$ 648 bilhões. Ao internalizar parte dessas transações com uma stablecoin própria, mesmo uma fração convertida em fluxo lastreado poderia representar centenas de bilhões de dólares sob gestão e rendimento.
Além disso, com milhões de funcionários em folha, as empresas poderiam usar as stablecoins até mesmo para pagar salários de forma instantânea, criar planos de benefícios tokenizados, oferecer cashback em forma de moeda digital nativa etc.
Apesar disso, especialistas apontam riscos estruturais. Diferentemente de USDT e USDC, as stablecoins da Amazon e Walmart tenderiam a operar em ecossistemas fechados. Algo que limitaria a liquidez de mercado, a aceitação fora do ambiente da empresa e a confiança dos usuários como instrumento de troca universal.
Tentativas anteriores de “unificação de stablecoins” por exchanges falharam exatamente por esse motivo: cada moeda tem um risco diferente, e um emissor diferente, o que impede uma conversão segura entre elas.
Pressão regulatória: o papel do Genius Act
A possível movimentação das gigantes varejistas acontece enquanto o Congresso dos EUA debate o Genius Act. O projeto de lei que pretende regulamentar o mercado de stablecoins, exigindo uma reserva integral em ativos líquidos (como Treasuries); supervisão regulatória específica e regras de governança e auditoria transparente.
A aprovação do projeto daria segurança jurídica para que empresas não financeiras emitam stablecoins desde que cumpram os critérios legais, o que abriria a porteira para a entrada de Expedia Group, companhias aéreas e outros setores, também citados pelo WSJ como interessados na tendência.
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