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Uma estranha coincidência ronda o mundo dos golpes financeiros. De cripto ao marketing multinível. As grandes pirâmides e os esquemas mais mirabolantes. Em comum, esses golpistas cometem um segundo crime, que para alguns é um indicador de alerta: o assassinato da moda por meio do visual “all black”.
O “All Black” é uma bandeira vermelha para golpistas. Nesse sentido, o visual vem acompanhado de relógios espalhafatosos, carros esportivos e outras formas de aparentar “luxo”.
A tese é bastante defendida, provada e reforçada por Ouriço de Cartola, perfil anônimo no Twitter. Desse modo, ele conta em conversa ao BlockTrends nem isso é original dos golpistas. Na realidade, o conceito parte da semiótica cinematográfica, onde os antagonistas geralmente são representados por esse visual.
“Começou com os diretores de Hollywood, onde os diretores colocam os vilões majoritariamente de preto. Principalmente em filmes que não tem uma grande profundidade, e o diretor quer deixar tudo claro desde o começo. Como por exemplo em filmes de herói, James Bond etc”, explica.
Portanto, dos cinemas a estética é introduzida na vida real. Em seu perfil, Ouriço de Cartola, divulga vários exemplos de personalidades que sofreram acusações de crime, indiciadas e picaretas. Todas com o “all black” em comum.
Portanto, é possível que essas pessoas, apesar de não serem, querem passar a imagem de poderosos. Assim como os vilões são retratados nos filmes, explica o influenciador.
“No fim das contas, o cara que é estelionatário, em boa parte das vezes, quer deixar subentendido que comete ilicitudes na maneira que ganha dinheiro. O jeito de ganhar dinheiro legalmente, todo mundo sabe. É duro, é dificil. Então ele quer deixar essa mensagem subjacente. Uma forma fácil de passar essa mensagem, até de forma inconsciente, é se vestir de vilão”, comenta.
Nesta terça-feira (27), a Polícia Federal iniciou uma operação para desmantelar uma associação criminosa suspeita de aplicar golpes no sistema financeiro por meio de criptomoedas e NFTs. O grupo em questão tinha sede em Balneário Camboriú, no Litoral Norte de Santa Catarina. Allan Barros, empresário, foi preso em Curitiba em conexão com a investigação.
A expulsão de Barros de uma padaria em Barueri, São Paulo, por usar um notebook, chamou atenção anteriormente. Durante o incidente, o proprietário da padaria tentou agredir Barros com um pedaço de madeira, mas acabou contido por conhecidos.
Na época, o empresário foi visto como o vilão. Contudo, as pessoas agora dizem que houve um “plot twist” na história, e o vilão seria Barros. Nas redes sociais, Barros aparece majoritariamente…”all black”. Além disso, ostenta bastante, com relógios no pulso e carros na garagem.
Contudo, a defesa de Barros e da empresa Unimetaverso Gestão de Ativos Digitais e Marketing LTDA declarou o contrário. Segundo o advogado Leonardo Dechatnik, nem o cliente nem sua empresa foram alvo de processos por parte de investidores.
A operação, denominada Fast, foca no grupo que atua desde 2022 em Balneário Camboriú. De acordo com as investigações, os golpes envolviam a oferta de uma criptomoeda própria, prometendo lucros acima do mercado por meio de parcerias com empresas.
Ademais, a PF estima que até 20 mil vítimas no Brasil e no exterior perderam cerca de R$ 100 milhões. Para atrair novas vítimas, o lançamento da moeda ocorreu em uma Feira de Criptoativos em Dubai.
A operação também resultou na apreensão de um carro de luxo.
A defesa de Barros enfatizou a colaboração com as autoridades e a intenção de esclarecer os fatos de forma transparente. Refutou as alegações de que Barros teria prejudicado entre 5 a 22 mil pessoas e questionou a metodologia usada para estimar os recursos subtraídos.
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