Uma recente discussão no Reddit reacendeu um antigo debate sobre a distribuição do Bitcoin nas mãos das baleias, e se isso viabiliza uma manipulação de preço.
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De acordo com uma postagem, mais de 70% da oferta circulante de Bitcoin estaria nas mãos de apenas 0,01% dos detentores. O que poderia colocar o mercado sob ameaça caso uma dessas “baleias” decidisse vender seus ativos de forma repentina.
A tese levantada pelo autor do post sugere que, por conta dessa concentração, empresas como a MicroStrategy poderiam ser devastadas caso uma única baleia decidisse despejar grandes quantidades de BTC no mercado.
Contudo, diversos usuários da comunidade cripto rapidamente rebateram a teoria. Trazendo nuances sobre a distribuição real do Bitcoin e os impactos que grandes movimentações podem ter no mercado.
Dando nome às baleias?
Um dos argumentos apresentados nos comentários da postagem foi a necessidade de diferenciar detenção de propriedade real. Levantaram o ponto que muitos dos endereços com grandes quantidades de BTC pertencem a governos, exchanges, fundos de investimento e custodiantes institucionais, e não a indivíduos que poderiam liquidar tudo de uma vez.
“Esses grandes endereços que você chama de baleias são quase todos governos, exchanges, empresas como a MicroStrategy e custodiantes. Eles possuem BTC, mas não são os verdadeiros donos”, comentou.
Isso significa que uma exchange como a Binance pode ter bilhões de dólares em Bitcoin armazenados em suas carteiras, mas esses fundos pertencem aos seus clientes.
O mesmo ocorre com os ETFs, como o da BlackRock, que possui aproximadamente 3% da oferta total de Bitcoin, mas cujos ativos são, na realidade, dos investidores que compram cotas do fundo.
Portanto, olhar para endereços individuais sem considerar a quem pertencem de fato pode levar a conclusões enganosas sobre a concentração de Bitcoin.
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Impacto real da venda de grandes quantidades de BTC
Outro ponto levantado na discussão é o real impacto de uma venda em grande escala. Um usuário argumentou que mesmo grandes despejos de BTC no mercado não seriam suficientes para provocar um colapso imediato.
“Um dos maiores detentores de Bitcoin é o fundo soberano de Abu Dhabi, que tem menos de US$ 1 bilhão em BTC. Se eles vendessem tudo de uma vez, o mercado absorveria rapidamente”, disse.
Ele cita como exemplo a venda de 50.000 BTC realizada pelo governo alemão no ano passado, que representava um valor de cerca de US$ 3 bilhões. Mesmo assim, o preço do Bitcoin continuou subindo, o que sugere que o mercado tem liquidez suficiente para absorver essas grandes transações sem um impacto drástico.
Enquanto alguns argumentam que grandes instituições e governos não representam um risco real ao mercado, outros apontam para os primeiros endereços de Bitcoin, que pertencem a early adopters da criptomoeda.
“A maioria dos primeiros adotantes eram anarquistas devotos. Talvez essa sempre tenha sido a forma deles de se vingar do sistema.”
Essa teoria sugere que, caso algum dos primeiros endereços contendo milhares de BTC fosse subitamente ativado e vendido no mercado, isso poderia gerar uma volatilidade extrema e até mesmo uma crise de confiança no ativo.
O caso mais emblemático é o da carteira atribuída a Satoshi Nakamoto, que contém cerca de 1 milhão de BTC e que não movimentou nenhuma fração de suas moedas nos últimos 14 anos.
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Qual é a realidade? Bitcoin tem ou não manipulação?
O fato é que, na visão de Cauê Oliveira, analista do BlockTrends PRO, sim e não. Além disso, a manipulação não depende da concentração de Bitcoin nas mãos de poucos detentores, e sim de capital.
Portanto, a forma como esses BTCs estão distribuídos não representa necessariamente uma ameaça ao mercado. Além disso, ele não nega que existe manipulação no Bitcoin. Mas em escala menor, e de uma forma diferente. Em resumo, são duas coisas distintas, os grandes detentores e manipulação de mercado.
“Na verdade, a maioria das pessoas não entende bem como a concentração de moedas funciona no BTC. Nós temos menos concentração hoje do que antes, uma vez que era fácil obter mil BTCs há 8 anos. Então quem entra agora, vai tendo mais dificuldade de concentrar unidades de BTC”, comentou.
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É preciso ter muito dinheiro
No que tange às manipulações, Cauê explica que hoje, com a eficiência da formação de preço do Bitcoin, essas manipulações tendem a ocorrer apenas no curtíssimo prazo. Isso significa que sim, manipular o Bitcoin por algumas horas é possível.
“Conversando com um market maker que fornece liquidez para a Binance e outras exchanges, ele me disse ‘ah, mas no bitcoin não há mais dinheiro para ser feito mesmo’. Ou seja, os caras já sabem que o nível de eficiência da formação de mercado do preço do bitcoin já atingiu níveis que não há tanta assimetria”
Ou seja, manter essa manipulação por semanas ou meses exigiria um volume de dinheiro enorme, tornando a prática insustentável.
Além disso, o mercado já demonstrou resiliência diante de grandes liquidações. Mesmo quando governos venderam milhares de BTCs, o impacto foi mínimo, e a tendência de valorização continuou.
“‘Manipulação’ é como quem não entende o conceito de formação de mercado e price action chamam as oscilações de preço”, comentou o analista. “É como os índios quando chamavam o eclipse de fim do mundo”.
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