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Economia

4 mitos sobre o consumo de carne e o aquecimento global que podem salvar o seu churrasco.

Defendida por Bill Gates e diversos ambientalistas de todo o mundo, a ideia de que o consumo de carne é a ruína da sociedade moderna vem sendo cada vez mais explorada pela mídia sensacionalista. Aqui explicamos o real cenário por trás dos números mascarados apresentados a você.  Se você come carne, muito provavelmente já foi […]

Defendida por Bill Gates e diversos ambientalistas de todo o mundo, a ideia de que o consumo de carne é a ruína da sociedade moderna vem sendo cada vez mais explorada pela mídia sensacionalista. Aqui explicamos o real cenário por trás dos números mascarados apresentados a você. 

Se você come carne, muito provavelmente já foi questionado sobre o custo ambiental da produção da carne para o planeta Terra, seja por aquele seu amigo vegano ou por algum post de redes sociais. Essa visão tem se difundido cada vez mais a partir das redes sociais e da amplificação das questões climáticas, a questão é que essa ótica não é condizente com o mundo real, muitos dos dados usados são manipulados e apresentados de forma pretensiosa sem dar o devido destaque ao cenário total. 

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Com o modismo do ambientalismo crescendo em todo mundo, tornou-se cada vez mais fácil enfiar números mal apresentados e mascarados em notícias e mídias sociais. Seja sobre o consumo de água necessário para a produção de seu tão amado hambúrguer ou sobre a emissão de metano pelos bovinos e sua influência no aquecimento global. Os dados beiram o absurdo e trazem questionamentos sobre como o processo da pecuária ainda não destruiu o ecossistema global com seu tão relevante “consumo insustentável”.  

Portanto, vamos desmistificar os dados apresentados nos tópicos a seguir, com uma análise justa que retrata as adversidades existentes no cenário da indústria pecuária e realizando as devidas comparações com as possíveis alternativas que “substituiriam” a carne do seu prato. 

CONSUMO DE ÁGUA 

Um dos argumentos mais utilizados pelos adeptos ao não consumo de carne é a respeito do gasto hídrico necessário para a produção de carne. Durante sua fala na COP24, Greta Thunberg destacou sobre o consumo de água necessário para suprir a demanda de carne oferecida aos delegados presentes na conferência. Segundo a Water Footprint, a produção de 1kg de carne bovina requer 15.415 litros de água, número assustador tendo em vista que a narrativa que acompanha esses dados dão a entender que essa água simplesmente “some”. 

Mas não é bem assim, primeiramente, essa estatística não retrata apenas o consumo de água encanada e tratada, ela também trás consigo a quantidade de água de chuva consumida pelos bovinos, o que é maioria no consumo. Segundo uma pesquisa acadêmica realizada na Universidade de Nebraska, cerca de 94% da água consumida pelos bovinos é de chuva. Por conseguinte, não é como se a produção de carne bovina fosse responsável pelo consumo de reservas hídricas do planeta. 

Algo simples que também é importante salientar, é que parte da água consumida é devolvida ao ecossistema em seus excrementos. Sendo assim ela retorna e passa a fazer parte do ciclo da água existente no ecossistema, passando por diversos processos e assumindo diversas funções. 

CONSUMO DE ALIMENTOS

Outro argumento também muito utilizado retrata o consumo de matéria orgânica pelos bovinos, utilizando-se da lógica que a maior parte desta matéria orgânica é desperdiçada ao ser ingerida pelos animais. A estatística da vez diz que para produzir 1kg de carne é necessário 25kg de grãos, chocante não acha? De imediato, é de se estranhar que todo esse processo seja viável economicamente falando. Embora a carne seja um alimento relativamente caro, caso essa estatística estivesse correta, o acesso à carne seria restrito apenas às elites mundiais.

O ponto chave desta estatística é que 84% da matéria orgânica de que os animais consomem não são comestíveis para nós humanos, sendo que os 16% restantes comestíveis são destinados a animais monogástricos como porcos e galinhas. Em uma colheita de milho ou soja por exemplo, diversos subprodutos como cascas e folhas são destinados à alimentação de gado. Desta forma, os bovinos têm um papel essencial no ecossistema das plantações, fazendo uso de materiais que seriam inúteis sem a presença deles e transformando-os em carne de alto teor protéico. 

A PECUÁRIA OCUPA MUITA TERRA

Para cada 45kg de comida produzidos em colheitas, 16kg são subprodutos não comestíveis para humanos. Apenas na indústria pecuária dos EUA, os bovinos reciclam 43,2 bilhões de kg de matéria orgânica inútil e transforma-os em alimentos de origem animal comestíveis. 

Outra narrativa utilizada trata a respeito da extensão territorial utilizada para a pecuária extensiva poderia ser utilizada para o cultivo de muitas fontes vegetais de proteína e vegetais saudáveis. E segundo ambientalistas estes territórios caso fossem utilizados para cultivo teriam capacidade de produzir uma quantidade superior de alimentos de valor nutritivo maior do que a carne que ali é produzida, podendo alimentar uma quantidade maior de pessoas. 

A pecuária de fato ocupa uma boa parcela de terras, de acordo com a Embrapa, o Brasil possui cerca de 5 milhões de hectares destinados à agropecuária. O ponto relevante que não torna a atividade econômica um “desperdício de terra” é que boa parte das terras destinadas para a pastagem de animais são as chamadas “zonas marginais”. Zonas marginais são terrenos nos quais o solo não é próprio para o plantio, seja por fatores de relevo, químicos etc. 

De acordo com o professor de Zootecnia da UC Davis, Dr. Frank Mitloehner, de todas as terras destinadas à pecuária no mundo, ⅔ delas são as chamadas zonas marginais. Portanto, o gado utiliza terras que seriam inúteis para cultivo de alimentos.

EMISSÃO E AQUECIMENTO GLOBAL

Globalmente, a pecuária responde por 14,5% das emissões teoricamente, mas esse número é rodeado de incertezas e enganações. Dr Mitloehner explicita as questões que tornam esta média mundial irrelevante perante sua ótica. 

Dr. Mitloehner: 

 “É importante destacar que existem enormes diferenças regionais e elas têm a ser contabilizadas porque, caso contrário, estaremos no caminho errado para as soluções … porque a média mundial não importa. A média mundial não importa. A média mundial de emissões não importa no Paraguai, não importa nos Estados Unidos, não importa no Japão! Porque eles são apenas uma média mundial. 

Então, isso não é apontar dedo aqui, não é sobre dizer que fazemos as coisas certas no mundo desenvolvido, eles fazem coisas erradas no mundo em desenvolvimento, não estamos dizendo isso de forma alguma. Mas, se você agora tem que chegar a um número médio global, então esse número médio global é fortemente intitulado para ser alto porque a maioria dos países no mundo são países em desenvolvimento e 80% de todas as emissões de animais no mundo, oito zero, oitenta por cento, ocorrem em países em desenvolvimento”.

Além de os dados sobre emissão de gases serem mascarados e irrelevantes para a percepção do problema real, como foi explicitado pelo Dr Mitloehner. A substituição do consumo de carne pelo consumo de vegetais resultaria em ainda mais emissão de gases que maximizam o efeito estufa. De acordo com a EPA (Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos), a agricultura é responsável por 4,7% das emissões de gases, enquanto a pecuária é responsável por apenas 3,9%. 


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