A venda da fábrica em São Bernardo do Campo, o coração da indústria automotiva no país, foi um prenúncio de uma reestruturação brutal da empresa na América do Sul.
Tendo passado por dificuldades ao longo da década, a empresa que popularizou o automóvel no planeta está neste momento revendo sua estrutura global e buscando maneira de competir com uma mudança na indústria.
Nesta mesma semana, não apenas a Tesla fez de Elon Musk o maior bilionário do planeta, como a Apple anunciou uma parceria com a Hyundai para produzir seu modelo de carro elétrico.
A mudança que tem se acelerado ao redor do planeta já colocou até mesmo a poderosa Volkswagen, com a maior receita do setor, em $252 bilhões anuais, em alerta.
Segundo o CEO da empresa, Herbert Diess, a companhia vê na Tesla sua principal concorrente, ainda que a empresa americana tenha um faturamento 10 vezes menor.
A busca por mudar a postura da produção de veículos deve fazer não apenas a Volkswagen investir 50 bilhões de euros em veículos elétricos, como mudar radicalmente o cenário para Ford e GM.
Tradicionalmente um setor de capital intensivo, dado os altos custos de produção, as companhias tradicionais do setor tem ficado para trás em comparação aos novos concorrentes.
A mesma Ford que neste momento anuncia sua saída do Brasil, tem encontrado dificuldades em mover toda sua estrutura para um novo paradigma da indústria.
A companhia tem 3 fábricas no Brasil, além daquela que vendeu em 2018.
As fábricas, em Camaçari na Bahia, Taubaté em São Paulo e uma unidade da Troller no Ceará, devem interromper as operações imediatamente.
O custo da operação segundo a empresa deve resultar em um prejuízo de R$22,5 bilhões, e faz parte de um plano global que inclui $11 bilhões em investimentos para mudança de rumo da empresa.
A ideia, segundo o CEO Jim Farley, a operação global, que inclui a medida no Brasil, deve resultar em um aumento na margem de geração de caixa de empresa para 8%, permitindo um modelo mais “enxuto”.
Ao todo as operações no Brasil geram 5 mil empregos, que devem ser perdidos, e as vendas passarão a ser atendidas pelas fábricas da empresa na Argentina e Uruguai.
No Brasil os subsídios, dinheiro dado pelo governo as montadoras, saltou de R$1,7 bilhão em 2003 para R$5,4 bilhões em 2018.
Nos últimos 16 anos, a indústria que emprega 500 mil pessoas, recebeu da União benefícios no valor R$53,4 bilhões. Apenas em 2018 a verba foi equivalente a 80% do gasto do ministério de ciência e tecnologia.
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