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Economia

Por que o Preço de Paridade Internacional é tão importante para a Petrobras

Com seus custos pautados pelo dólar, Petrobras se vê em situação complicada ao ter receita dolarizada também questionada.

Foi em 2008 que a descoberta do pré-sal levou a criação de uma corrida em setores de engenharia no Brasil. 

A demanda da Petrobras, que havia recebido a tarefa de desenvolver o pré-sal, incluía contratos bilionários em navios, sondas e outros equipamentos para enfim produzir.

Neste clima de euforia, um grupo de 7 investidores, incluindo a Petrobras, fundos de pensão e bancos privados nacionais, formou um consórcio para produzir e arrendar 28 sondas para a estatal.

O investimento total deveria ser de $22 bilhões, gerando uma receita de $87 bilhões em aluguel por um período de 20 anos.

O contrato, na época avaliado em R$210 bilhões, equivalia a $88 bilhões de dólares.

Por se tratar de uma indústria global, o setor de petróleo e auxiliares, como a indústria naval, se acostumou a lidar com valores dolarizados.

Do ponto de vista da empresa, faz sentido, afinal, ela produz uma commodity. Um produto cujo preço de venda é o mesmo em qualquer lugar do mundo. Com os fornecedores, a situação é similar.

Da mesma maneira, o financiamento da estatal vem na sua maior parte de bancos e investidores externos.

Em 2015, a Petrobras chegou a dever $160 bilhões, uma quantia assustadora que lhe rendeu o título de empresa mais endividadas do planeta. Neste momento, a estatal ainda deve por volta de $60 bilhões, um valor significativamente menor, mas ainda assim atrelado ao dólar e impactando a gasolina. 

Nesta semana, por exemplo, a estatal assinou um contrato de $5 bilhões com o banco de desenvolvimento chinês. 

Na parte de impostos, os custos também estão atrelados ao dólar, ou mais especificamente, ao valor do barril de petróleo da gasolina, obedecendo o Preço de Paridade Internacional.

Dividendos, participações especiais e outras taxas e impostos são definidos de acordo não com a receita da estatal, mas com o valor do barril. 

Na ponta de serviços a estatal também depende de fornecedores externos, ou internos com preços dolarizados do Preço de Paridade Internacional.

Há um único fator que é completamente ligado ao Real: salários.

Em 2021 a estatal faturou R$632,6 bilhões. 

Deste valor, cerca de R$179,5 bilhões foram gastos em serviços e custos de produção. Outros R$186,8 bilhões em impostos, royalties e taxas.

Juros e pagamentos sobre as dívidas custaram R$ 76,97 bilhões.

Salários por sua vez custaram a estatal R$32 bilhões, uma fração irrisória.  

De fato, se tivesse mantido o contrato referente as sondas, a estatal estaria pagando mais em aluguel do que em salários, ou cerca de R$7 bilhões por trimestre. 

Este fato apenas não ocorreu pois a Sete Brasil entrou em recuperação judicial em 2016, sem entregar nenhuma das sondas e deixando a estatal com o prejuízo. Um dos tantos, como as refinarias que extrapolaram os custos, que tem de ser pagos agora.

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