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O governo americano está a 10 dias de ficar sem dinheiro. Ao menos é o que se especula no mercado enquanto a aprovação do aumento no teto da dívida não sai. O cenário poderia levar até mesmo a um calote dos EUA.
Na teoria, os EUA atingiram seu limite de endividamento autorizado em janeiro. O valor equivale a US$31,4 trilhões.
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Janet Yellen, a secretária do Tesouro americano, vem desde então utilizando recursos extras para suprir o déficit do país. Nos últimos 6 meses, o governo de Joe Biden gastou US$1 trilhão a mais do que arrecadou.
Na prática, o governo Biden terá de negociar com o Congresso o 79º aumento no limite da dívida desde 1962.
O teto de dívida é um instrumento similar ao Teto de Gastos brasileiro. Assim como o teto brasileiro, o americano prevê uma série de gatilhos em caso de descumprimento.
Na versão americana, o governo poderia ser obrigado a fechar serviços. Parques nacionais, investimentos e outros gastos exceto manutenção, iriam a zero.
Atualmente, a câmara dos deputados nos EUA está sob controle dos Republicanos. Nesse contexto, a oposição a Biden tem feito demandas para apoiar o aumento do limite da dívida.
Os Republicanos estão cientes de que o governo possuía US$1 trilhão em caixa no início do ano, por isso têm sido duros ao negociar. Agora, com apenas US$57 bilhões restantes, a situação torna-se dramática.
O drama do governo americano em sua incapacidade de chegar a um consenso com um Congresso já se reflete no dólar. O DXY, índice que mede a força do dólar em relação a outras moedas, registra uma queda de 5% no ano. Além disso, mesmo o Real brasileiro se beneficia da incerteza americana. Aqui no Brasil, a moeda americana já caiu de R$5,29 para R$4,98.
Em uma eventual não aprovação, a expectativa é de que os EUA poderia vir a dar o primeiro “calote” na dívida em sua história.
Isso ocorre pois sem poder emitir novos títulos, o governo americano ficaria sem recursos para recomprar títulos existentes no mercado. O caso é bastante similar a gestão da dívida pública brasileira, feita via “rolagem” da dívida.
Diante do cenário de incerteza sobre o dólar, questionam-se os investidores sobre o destino de seus investimentos.
O ouro foi apontado como o principal investimento em meio a incerteza. Em segundo lugar, títulos do governo americano. Pode parecer estranho, mas em caso de um eventual “calote”, a expectativa é de que os juros pagos pelo governo americano tenderiam a subir ainda mais.
Outros investidores preferem o Bitcoin, que ocupa a terceira posição, representando 12% das escolhas de investimentos. O Bitcoin possui uma escassez natural devido ao seu algoritmo pré-determinado. Investidores enxergam o Bitcoin como uma alternativa para momentos de “crise e incerteza”.
Espera-se que, em um cenário de maiores incertezas, o preço do Bitcoin, atualmente em US$26,7 mil, possa aumentar em até 70%.
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