Com a inflação acumulada em 12 meses se aproximando de 2 dígitos, o fenômeno se tornou o principal vilão da vida dos brasileiros em 2021.
Em sua última divulgação de dados, o índice IPCA, principal indicador de inflação utilizado no país, registrou a sua maior alta mensal em 21 anos, de 0,87%. O número surpreendeu as expectativas de mercado, que esperavam um aumento de 0,71%.
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Por mais jovem que você seja, como um bom brasileiro é muito provável que você tenha experiências com o dragão da inflação.
Não é necessário ter vivenciado o período hiperinflacionário dos anos 80 para ter uma noção do que a inflação significa, afinal, de uma forma geral, ela sempre esteve presente na conta final do mercado.
Em sua última crise mais grave, durante o período de 2014-2016, a depreciação de valor voltou a assombrar as contas dos brasileiros. Sob o governo da então presidente Dilma, o IPCA chegou a alcançar uma taxa de 10,7% no acumulado de 12 meses.
Cinco anos depois, ela voltou, sob um cenário notavelmente distinto, mas com a mesma missão, provar mais uma vez ao governo brasileiro que não existe almoço grátis.
Há exatos 1 ano, em outubro de 2020, a base monetária brasileira alcançava a marca de R$427,8 bilhões, registrando um aumento de gigantescos 46,3% em doze meses. Dessa forma, era inevitável que essa conta iria chegar em algum momento, e chegou.
Ao entrar nesse mérito, é inegável que a inflação se tornou um fenômeno global após a pandemia de coronavírus, mas o fenômeno se tornou especialmente mais grave aqui no Brasil.
Segundo os dados do TradingEconomics, o Brasil atualmente tem a 3° maior taxa de inflação dentre os membros do G20, com uma taxa anual de 9,68%, ficando atrás apenas de Argentina (51,4%) e Turquia (19,58%).
A inflação brasileira tem sido fortemente afetada pela crise global de energia (que puxou o preço de commodities como petróleo), além da retomada da economia global.
Combustíveis, que subiu 31% em 2021, é o vilão mais evidente da inflação. Ainda assim, os alimentos também têm pesado, representando 19,97% do IPCA, e a energia elétrica segue incerta com a estação de menor chuva no norte.
A aposta de que a inflação seja transitória, como aponta o FED, o banco central americano, ainda está por ser “provada”.
Na prática, o mundo segue cada vez mais próximo de uma “estagflação”, com crescimento menor e alta de preços.
No Brasil, o Itaú estima que o PIB vai crescer cerca de 0,5% em 2022, contra 2,2% da estimativa anterior.
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