Na terça-feira (14), o Grupo Evergrande da China emitiu um boletim declarando uma terrível avaliação financeira, com dados que apontam uma gigantesca falta de liquidez e dívidas que chegam a US $300 bilhões (R$1,5 trilhão). O iminente calote das dívidas tem amedrontado o mercado financeiro global, que teme que a crise da gigante imobiliária tenha um impacto amplo sobre a economia mundial.
Qualquer semelhança com o passado, não é mera coincidência.
Há exatos 13 anos atrás, no dia 15 de setembro de 2008, o Lehman Brothers, então 4° maior banco dos Estados Unidos, anunciava pedido de concordata. A causa? A mesma que está levando a Evergrande a falência, uma bolha imobiliária.
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Para entender o processo que causou tanto a crise de 2008 quanto a crise na Evergrande, é necessário primeiro entender o que é uma bolha imobiliária.
Uma bolha imobiliária se baseia no aumento exacerbado nos preços de imóveis, que não refletem no valor real dos bens. A supervalorização é acompanhada por variações no nível de demanda dos imóveis, o que potencializa as expectativas e especulações sobre o setor.
Naturalmente, uma bolha acaba estourando em algum momento, e o efeito dessa ruptura pode funcionar como um dominó que afeta toda a economia real, gerando uma crise generalizada, como ocorreu em 2008.
A bolha imobiliária americana, popularmente conhecida como a crise das hipotecas subprimes (hipotecas podres), teve suas raízes na concessão de crédito de risco elevado a pessoas físicas. Basicamente, os bancos elevaram o nível de crédito concedido com juros altos para pessoas sem as devidas condições financeiras.
Com a inadimplência dos contratos, instituições financeiras, especialmente o Lehman Brothers, não receberam o dinheiro dos empréstimos e não conseguiram arcar com seus compromissos, causando um prejuízo colossal a toda economia global.
Nos anos antecedentes à crise, milhares de pessoas sem condições financeiras pegaram dinheiro emprestado para financiar imóveis. Com o aumento da demanda por imóveis, eles passaram a se supervalorizar juntamente com produtos financeiros especulativos baseados nesse mercado.
Em dado momento, a inadimplência dos devedores prevaleceu, causando prejuízos às instituições financeiras, que também passaram a arcar com os prejuízos, causando um efeito sistêmico na economia.
No caso da Evergrande, a raíz dos problemas é o declínio da demanda por propriedades residenciais na China. Relatando números que apontam falta de liquidez financeira em seus boletins, a Evergrande atualmente possui o posto de empresa mais endividada do mundo.
O rombo financeiro é tão grande, que gira em torno de US $300 bilhões, para efeito de comparação, a quantia corresponde a 29% da dívida pública do GOVERNO FEDERAL. Ou seja, apenas UMA empresa existente há 25 anos deve quase ⅓ do que o Governo Federal.
Nos últimos 6 meses, o papel da empresa listado na bolsa de Hong Kong acumula uma queda de 80% em sua cotação, e a incorporadora registrou uma queda em suas vendas mensais de quase 50% entre junho e agosto.
O cenário é tão crítico, que a empresa optou por demolir 15 edifícios inacabados em Kunming City, Província de Yunnan , por considerar ser a opção financeiramente mais viável.
O temor do calote bilionário tem circundado todo mercado financeiro mundial, que teme o contágio desse efeito na economia global. Ontem (15), um dia depois da evergrande informar que busca a reestruturação da dívida, o governo chinês alertou os bancos que a empresa não conseguirá pagar os juros dos empréstimos relativos a semana que vem.
Assim como ocorreu em 2008, com o FED injetando centenas de bilhões de dólares em busca de amenizar os efeitos da crise iniciada com a falência do Lehman Brothers, especula-se uma intervenção do governo chinês nas contas da construtora. A possibilidade de um efeito sistêmico nas contas da economia chinesa é alta devido a magnitude da Evergrande.
A crise atual que pode causar o pedido de concordata da empresa chinesa traz mais uma oportunidade de repetir um lema muitas vezes esquecido pelos investidores, nenhuma instituição é grande demais para quebrar.
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