Após Elon Musk reviver a antiga discussão sobre o gasto de energia da rede Bitcoin, a Galaxy Digital publicou um relatório sobre o assunto. Nele, é revelado que o sistema bancário gasta por ano mais energia do que todos os mineradores de bitcoin juntos.
Durante intensos períodos de alta do BTC é comum que ressurja a mesma questão de sempre sobre a mineração de bitcoin. O consumo de eletricidade da rede Bitcoin representa ou não um desperdício?
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Não há como negar que o aumento da competitividade no setor de mineração de criptomoeda aumentou o consumo de energia elétrica, até mesmo as placas de vídeo se tornaram mais caras. De acordo com dados da Galaxy Digital, o Bitcoin consome atualmente cerca de 113,89 terawatts-hora por ano.
Essa energia, porém, é neste momento responsável por apoiar a taxa de hash que assegura a rede e torna o Bitcoin mais caro de se atacar. Com um hashrate menor, fica mais fácil para uma única entidade conseguir mais da metade da mineração e realizar gastos duplos.
O quanto vale a pena despender para tornar o Bitcoin mais robusto depende unicamente de cada minerador. Enquanto isso, as frequentes críticas ao Bitcoin desconsideram a energia gasta pelo sistema financeiro tradicional, que o criptoativo é capaz de futuramente substituir.
O relatório da Galaxy, no entanto, afirma que apesar das comparações serem interessantes, elas são inerentemente imperfeitas. “Embora a magnitude do uso energético de diferentes indústrias possam ser estimadas e comparadas, a questão ainda é fundamentalmente subjetiva.”
O relatório segue explicando:
“As visões sobre a importância do Bitcoin podem variar, mas as suas propriedades não. Qualquer um pode usar o Bitcoin. Todos podem guardar bitcoins por conta própria. E transações de bitcoin podem prover liquidação final probabilística em uma hora, 24 horas por dia, 365 dias por ano.”
De acordo com dados da Universidade de Cambridge, apenas os aparelhos eletrônicos domésticos que sempre ficam na tomada mas não são usados gastam mais do que a rede Bitcoin todos os anos.
Essa informação sozinha pode não significar muita coisa, mas é uma curiosidade que levanta uma boa questão. O Bitcoin gasta muita energia em relação a que? É por isso que o estudo foi atrás do gasto energético dos bancos e da mineração de ouro.
Usualmente usado como um sistema de pagamentos e reserva de valor, o Bitcoin é fundamentalmente mais próximo de bancos e ouro que países, por exemplo. Você já deve ter ouvido falar, em tom alarmante, que o BTC consome mais energia do que um país pequeno, mas muita coisa consome mais energia do que um país pequeno.
Embora os dados sejam mais difíceis de encontrar para o setor bancário e o da mineração de ouro, em contraste com o blockchain completamente transparente do Bitcoin, o relatório chegou nas seguintes estimativas:
Mineração de ouro: 240,61 terawatts-hora por ano;Sistema bancário global: 263,72 terawatts-hora por ano.
Os cálculos utilizaram estudos publicados no Gold.org e, para o sistema bancário, a metodologia é explicada detalhadamente na página do GitHub da Galaxy Digital. Vale notar que a indústria bancária não explicita seu gasto energético diretamente, mas para a estimativa o estudo levou em consideração os data centers bancários, agências bancárias, ATMs e data centers de redes de cartão.
Enquanto esses dados podem nos dar um contexto interessante em relação ao gasto energético do Bitcoin, o valor dessa rede descentralizada continua sendo subjetivo. Não existe um limite para o que é justo gastar com o blockchain.
A possibilidade de realizar transações de forma incensurável e armazenar valor em um ativo comprovadamente escasso é bom para alguns e incrível para outros. Em um planeta onde mais de 4 bilhões de pessoas vivem sob regimes totalitários que usam o dinheiro como uma ferramenta de controle e vigilância, o Bitcoin possui um valor imensurável.
Para Alex Gladstein, da Fundação de Direitos Humanos, as moedas desses países são desvalorizadas pelos governantes e removidas do sistema financeiro internacional. O Bitcoin representa um bote salva vidas pelo menos para as pessoas que têm acesso à internet.
Por fim, outros estudos complementam essa questão ao demonstrar como a mineração de bitcoin incentiva o uso de energias renováveis e possui um impacto positivo para o meio ambiente no fim das contas.
O conteúdo Bancos gastam mais energia que o Bitcoin, mostra estudo apareceu primeiro em Cointimes.
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