Como a FTX foi de US$32 bilhões a $0 em 2 dias

Confira os destaques

Criada em maio de 2019 por Sam Bankman-Fried, a FTX se tornou em pouco tempo uma das líderes no mercado cripto, operando derivativos e como exchange de criptomoedas.

De início, a pequena empreitada contou apoio da Binance, a maior exchange do mundo, que deu o pontapé inicial para tornar a FTX gigante. Em pouco tempo, porém, a Binance mudou sua visão e passou a ver a FTX como concorrente, vendendo sua participação.

A empresa fundada por Chengpeng Zhao saiu do negócio com US$2 bilhões, boa parte em tokens FTT, emitidos pela própria FTX. Tokens emitidos por exchanges são uma boa forma de economizar em taxas e ganhar com a valorização, tendo em vista que sofrem um processo de queima, como dividendos.

Na prática, Sam se tornou uma espécie de “John Law” moderno. Tinha uma empresa gigante e uma impressora de dinheiro, como Law no século 18, quando criou a bolha da companhia do Mississipi.

Assim como Law, Sam inflou o valor da sua empresa por meio da valorização artificial do seu token. Com a valorização dos tokens, ampliou a alavancagem, tomando empréstimos com base nestes valores.

A situação começou a ruir quando Sam fez um tweet zombando da dúbia nacionalidade de Zhao, questionando se ele poderia ir aos EUA para reuniões com reguladores.

CZ então, de posse de uma fortuna em tokens, anunciou que iria vender os seus FTTs, o que levou a uma corrida de venda, fazendo os tokens desabarem até 87% em um dia.

A Alameda Research, empresa parente da FTX, e que atuava como market maker, viu-se cheia de dívidas e tendo de vender ativos para garantir liquidez. No processo, um rombo de US$9 bilhões, tapado com dinheiro de clientes da exchange foi descoberto, o que levou a FTX a declarar falência.

Cerca de 3 meses após aparecer como salvador do mercado cripto, Sam Bankman-Fried viu-se à beira de declarar falência. Sua empresa foi de US$32 bilhões de valor de mercado a US$0.

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