Economia
O anúncio de que possuía intenção de comprar a rede social por US$44 bilhões foi realizado pela primeira vez por Elon Musk em abril de 2022.
Segundo o empresário, porém, ele acabou surpreendido pela quantidade de bots e pelos dados desconexos apresentados pelo board da empresa. Essa situação teria feito Musk desistir da compra.
Ainda assim, o board do Twitter conseguiu forçar Musk a pagar o valor que havia sido acordado inicialmente. Mesmo com as ações da própria Tesla tendo caído mais de 60%, Elon Musk foi forçado a desembolsar os US$44 bilhões.
Este cenário acabou forçando a venda de ações da Tesla para levantar o dinheiro, o que derrubou ainda mais as ações. Musk também complementou a compra com US$13 bilhões em empréstimos.
Agora, passada a aquisição e os primeiros meses turbulentos, os bancos responsáveis por estes empréstimos começam a cobrar os juros de aproximadamente US$1,5 bilhão por ano.
O Twitter comprado por Musk pela bagatela de US$44 bilhões, era uma empresa com faturamento de US$5 bilhões, além de um prejuízo de US$221 milhões em 2021.
Em suma, o empresário pagou estonteantes 9 vezes a receita da empresa, significando que para recuperar o valor investido, o Twitter precisaria passar 9 anos sem gastar um único centavo para que Musk recebesse o valor de volta.
Casos como este, porém, são menos incomuns do que parecem. A Tesla, principal empresa de Musk, faturou cerca de US$53 bilhões em 2021, o que implica que seu valor de mercado de US$1 trilhão na época equivalia a 19 vezes sua receita.
O problema, no caso do Twitter, é que é improvável que a rede social vá conseguir ter um aumento de receita como a Tesla. Em 2016, a montadora faturou cerca de US$7 bilhões, o que significa dizer que em 5 anos a empresa cresceu 8 vezes.
Dados divulgados ontem, entretanto, apontam que o Twitter sob Musk pode ter perdido ao menos 40% da sua receita no ano contra ano. A situação torna difícil que uma empresa que fatura US$3 bilhões, possa honrar compromissos de US$1,5 bilhão por ano.
Isso leva a necessidade de Musk e seus sócios de injetarem mais recursos no Twitter, apenas para garantir os juros da dívida. Caso o Twitter, ou Musk, falhem em pagar os juros, credores do Twitter podem pedir a falência da empresa.