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O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, anunciou nesta terça-feira que o país pagou antecipadamente uma dívida no valor de US$ 800 milhões que possuía junto a credores internacionais.
O pagamento antecipado deveu-se a um empréstimo assegurado junto ao Banco Centro-Americano de Integração Econômica de US$ 450 milhões.
Desde setembro de 2021, Bukele tem sido criticado por “quebrar o país” ao apoiar a adoção do Bitcoin como moeda, uma prática que visa reduzir a dependência da pequena nação de 6 milhões de habitantes, do sistema financeiro tradicional.
Com 2.5 milhões de salvadorenhos morando no exterior, o envio de divisas ao país é uma prática comum. Em 2021, El Salvador recebeu US$ 6 bilhões enviados por moradores do exterior, o que equivale a 23% do PIB do país, de US$ 29 bilhões.
Com a adoção do Bitcoin, Bukele acredita que os salvadorenhos podem evitar até US$400 milhões em taxas bancárias ao transferir dinheiro ao país.
O ataque da imprensa e as especulações de que Bukele teria “quebrado” o país, não resistem aos números.
El Salvador possui hoje 2,5 mil Bitcoins, comprados por um preço médio de US$43 mil, o que de fato implicaria um prejuízo de cerca de 50%. O problema, claro, está no fato de que a dívida salvadorenha chega a US$23 bilhões, ou 80% do PIB.
Na prática, os Bitcoins equivalem a 0.2% da dívida do país, ainda assim, o suficiente para render uma página inteira no New York Times e críticas do FMI, o guardião do dólar.
El Salvador tem buscado também emitir US$1 bilhão em títulos lastreados na produção de Bitcoin no país, usando a mineração via energia geotérmica.
A economia salvadorenha cresceu 2,4% em 2022, abaixo da média dos últimos 30 anos (2,98%), mas positivo quando considerado o crescimento se 10,8% em 2021.