Economia
Antecipada pelo ministro da Economia argentino, Sergio Massa, ao jornal inglês Financial Times, a ideia de uma moeda ao estilo do Euro no Mercosul levantou suspeita, mas a situação será um pouco diferente.
Ao contrário do Euro, fruto de décadas de trabalho na comunidade européia, Brasil e Argentina devem adotar algo mais próximo de uma URV, a unidade de conta criada no Plano Real.
A ideia surge de um problema grave pelo qual passa a Argentina. Com dólares cada vez mais escassos, a cotação oficial saiu de 5 pesos para 1 dólar em 2013, para os atuais 180 pra 1.
Sem dólares para comprar produtos brasileiros, o comércio entre Brasil e Argentina desabou. Ao todo 15% das nossas importações tem origem na Argentina, enquanto apenas 5% das nossas exportações vão para o país vizinho.
Ainda que a Argentina seja mais enfática ao desejar uma moeda comum, os dois países devem iniciar estudo para adotar uma terceira moeda, uma espécie de moeda virtual, que só existe para fazer contas.
Recentemente a China adotou uma estratégia similar, ao comprar Pesos Argentinos por Yuan. O governo brasileiro teria cogitado fazer o mesmo, mas a lei impede que o BC brasileiro se exponha ao risco da dívida argentina.
Com a unidade de conta comum, a Argentina poderá tomar crédito junto aos bancos brasileiros para pagar pelas importações em Real. Para isso, o país terá de depositar garantias em contratos internacionais.
O fato mais relevante, porém, está na determinação de que deverá haver um livre fluxo financeiro entre os países. Isso facilitará investimentos de empresas brasileiras na Argentina.