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Um anúncio por parte do Banco Central da República Argentina, decretando feriado bancário na segunda-feira, foi o estopim para uma corrida cambial no país.
As reservas estrangeiras em dólar da Argentina, que o BRCA alegava estar em US$37 bilhões, podem ser na prática negativas.
Isso ocorre pois boa parte do que o governo considera como reserva cotada em dólares, é na verdade Yuan chinês, fruto de um acordo cambial do BRCA com o PBOC, o BC chinês.
A estimativa não oficial é de que as reservas de dólar do país seriam na realidade de US$5,7 bilhões negativos.
Agora, em meio ao colapso do Peso, que saiu de 20 pesos para 1 dólar em 2018 para os atuais 497/1, os argentinos vem buscando meios de transferir seu patrimônio para outros ativos.
O Bitcoin, oficialmente cotado em AR$6,75 milhões está sendo negociado a AR$13 milhões no mercado paralelo.
Ao contrário do dólar, que possui cada vez mais restrições para compra impostas pelo governo, as transações em Bitcoin são mais fáceis, uma vez que é possível transacionar sem envolver instituições financeiras.
A cotação da maior criptomoeda tem seguido na Argentina um caminho oposto a sua cotação em dólar, que recua cerca de 4% na última semana. Em pesos, a valorização chega a 20%.
Agora o ministro da economia, Sérgio Massa, espera rever o acordo com o FMI, que inclui cláusulas para dificultar a adoção de cripto. Em meio a uma seca histórica, o país se prepara para uma entrada ainda menor de dólares neste ano.