Durante a FebrabanTech 2025, Carlos Netto (ou TK), CEO da Matera, anunciou uma parceria estratégica com a Circle, emissora da stablecoin USDC. A integração promete revolucionar a forma como os bancos brasileiros integram e oferecem dólares digitais para seus clientes. Durante a conversa, ele compartilhou mais sobre o cenário das stablecoins no Brasil e elogiou a BRL1.
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A proposta da empresa é permitir que bancos brasileiros ofereçam saldo em dólar digital (USDC) diretamente nos aplicativos que seus clientes já usam.
Além disso, com a mesma experiência de uso da conta em reais. Ou seja, sem precisar lidar com carteiras cripto, palavras-semente ou interfaces complexas. “É a stablecoin entrando na fluidez da operação bancária, sem mistério e com KYC”, explicou Netto.
Em um momento de provocação futurista, Netto sugeriu que o Tesouro Nacional poderia criar sua própria stablecoin, com lastro em títulos públicos, para “exportar” dívida nacional.
“Se outros países já usam a dívida dos EUA como moeda via stablecoin, por que o Brasil não poderia fazer o mesmo? Seria uma forma de democratizar o acesso a investimentos e distribuir renda, em vez de concentrá-la.”
O BlockTrends relembrou o CEO da existência da BRL1, projeto do consórcio em que participam o MB, Bitso e outras empresas do setor. A stablecoin faz isso ao comprar os títulos públicos e repassar as dívidas aos detentores.
“Fantástico. Sabe o que o governo tinha que fazer? Chamar esse cara para uma reunião e dar um beijo neles. Estão ajudando o brasileiro a exportar dívida”, comentou em bom humor. “Se os Estados Unidos já transformaram sua dívida em moeda via stablecoins como o USDC, por que o Brasil não pode fazer o mesmo?”.
Portanto, para ele, essa estratégia poderia ajudar o país a “exportar sua dívida”. E ainda atraindo liquidez internacional, democratizando o acesso ao Tesouro Direto e transformando o passivo em um ativo digital globalmente negociável.
Além disso, esse modelo teria um importante efeito colateral positivo. Ele ressalta que o movimento descentralizaria o acesso a investimentos em renda fixa brasileira.
Portanto, permitindo que pequenos investidores, inclusive de outros países, pudessem aportar valores simbólicos em reais tokenizados. Sem a necessidade de abrir conta em corretoras ou converter moedas manualmente.
Ademais, vale lembrar que a Matera não atua como gateway ou instituição financeira. Ela é a “Boeing”, nas palavras do CEO. Basicamente, a infraestrutura por trás de muitos bancos no Brasil. Hoje, cerca de 90 milhões de contas correntes rodam sobre a tecnologia da Matera.
Segundo o CEO, com a integração à Circle, esses mesmos bancos podem, com um simples contrato, oferecer saldo em dólar digital sem abrir contas no exterior ou firmar parcerias caras com bancos internacionais.
Desse modo, a mudança atinge tanto bancos grandes quanto pequenas instituições que atendem agronegócio, exportadores ou mesmo o público geral.
“Estamos democratizando o acesso à moeda forte. Um banco regional que atende o agronegócio pode agora mostrar para seu cliente o saldo em USDC após uma exportação. Sem burocracia, sem abrir conta lá fora”, afirmou Netto.
O lançamento ocorreu em meio a uma mudança inesperada: o aumento do IOF sobre operações com ativos digitais. Netto garantiu que a Matera seguirá a legislação vigente e que a operação foi pensada antes da mudança.
Ele também defendeu que a Receita Federal estabeleça regras tributárias claras para garantir a neutralidade fiscal.
“Não podemos ter caminhos diferentes de tributação para a mesma lógica de dinheiro. Isso abre margem para distorções. A stablecoin não pode ser vista como uma forma de fugir de impostos.”
Carlos Netto separa claramente dois tipos de stablecoin: as de transferência, como a Ripple, e as de custódia, como o USDC. “A Ripple resolvia transferência, mas precisava comprar e vender o token a cada transação. Com stablecoins de custódia, como a Circle, você mantém o saldo em dólar e o usa quando quiser, sem conversão”, disse.
Por exemplo, no caso da XRP a moeda digital atua como um “túnel” transitório. O remetente converte reais para XRP, a XRP trafega rapidamente para o destino, e o destinatário converte para a moeda local.
Segundo Netto, o maior problema dessas moedas é justamente a instabilidade: “Não dá para guardar saldo, você precisa comprar e vender. É uma lógica de trânsito, não de posse.”
Essa distinção cria um novo tipo de competição bancária. Fintechs como a Transfero, que usam stablecoins próprias para reduzir o custo de transações internacionais, já estão pressionando os bancos tradicionais. “Todos os bancos vão precisar de uma estratégia de stablecoin. Quem não se adaptar, vai ficar para trás”, alertou Netto.
Além disso, a tecnologia da Matera também abre a possibilidade para bancos brasileiros atraírem clientes estrangeiros, explicou TK.
Portanto, usuários fora do Brasil poderiam abrir contas em dólar digital em bancos brasileiros, sem acessar reais. Isso criaria uma ponte inédita para captação internacional. “Não estamos falando de fuga de capitais. Estamos falando de atrair dinheiro para o Brasil”, destacou.
Por fim, a integração com a Circle também facilita investimentos internacionais via stablecoin. Embora a Matera não integre diretamente com corretoras americanas, ela permite que seus bancos clientes façam isso.
Um usuário com USDC no saldo da conta bancária poderia investir em ações da Apple, ETFs ou tokens imobiliários. “A tokenização de imóveis, como um projeto que vimos em Orlando, pode ser financiada com USDC de brasileiros que não têm conta lá fora. Isso é acessibilidade”, resumiu.
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