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Economia

Explicando a crise energética da China em seis passos

Atrelado à vários fatores como a alta das commodities e a onda ESG, a crise energética que está abalando a China deve resultar em apagões e interrupções de funcionamento, exercendo um impacto global na cadeia produtiva.

Nesta semana a China começou a realizar apagões programados em suas duas maiores metrópoles, Pequim e Xangai, afetando até 48 milhões de chineses. A medida extrema faz parte da série de procedimentos que estão sendo tomados pelo PCCh para conter a crise energética que abala o país. 

Fábricas foram instruídas a cessar seu funcionamento periodicamente pelas autoridades, enquanto o nordeste da China (região de menor importância econômica) chegou a ter seu abastecimento energético interrompido por três dias consecutivos, segundo repórteres locais. 

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A crise que inicialmente era observada sob um enfoque restrito ao território chinês está se expandido à medida que cada vez mais subsidiárias de empresas de escala mundial estão interrompendo suas operações. Neste mês, fornecedores da Apple, como a Eson Precision Engineering, interromperam suas cadeias produtivas por mais de uma semana, tendo seus custos de operação constantemente elevados com a repressão ao consumo. 

Mesmo com um cenário análogo ocorrendo no Brasil, a gravidade do problema que afeta o gigante asiático é superior e promete trazer problemas a toda economia global. Para entender os fatores que trouxeram a China a este cenário, explicamos a dinâmica energética chinesa em 6 passos:

Como chegamos aqui?

  1. Primeiramente, é necessário ressaltar que a China tem uma das economias mais dependentes de carvão do mundo, sendo 56% de sua matriz originária de usinas termelétricas movidas a carvão. Pequim, que se comprometeu a atingir o pico das emissões de carbono até 2030 e atingir a neutralidade até 2060, está trabalhando para reduzir sua dependência do carvão por meio de um sistema de “controle duplo”.

    Esse sistema se baseia em diminuir tanto o consumo de energia quanto a intensidade energética, em outras palavras, aumentar a eficiência do uso. Para isso, foram criados novos regulamentos que desaceleraram diversos setores, incluindo o da mineração de carvão.
  1. Durante o verão do hemisfério norte, quando as economias mundiais começaram a emergir da pandemia, a demanda por produtos chineses se recuperou . Mas a produção doméstica de carvão não conseguiu atender às necessidades de energia: nos primeiros oito meses de 2021, os geradores a carvão estavam produzindo 14% mais energia do que no mesmo período do ano passado, enquanto a produção de carvão cresceu apenas 6%. 

    Para melhorar ainda mais o cenário, as hidrelétricas que são a segunda maior fonte energética da China também tiveram seu funcionamento defasado, devido à chuva tardia.
  1. Quando as empresas chinesas procuraram carvão no exterior, encontraram preços altíssimos devido ao ciclo de commodities que a economia mundial passa, disputando com uma Europa também desesperada por recursos. A última fonte “teórica” da China, a Austrália, teve suas importações de carvão proibidas devido a disputas diplomáticas e comerciais em andamento,
  1. As empresas de energia, que não têm permissão para exercitar os preços da cotação externa, estão se recusando a comprar carvão caro, tendo em vista que isso significa vender a energia resultante com grande prejuízo.
  1. Tudo isso no período que antecede o inverno, o que faz as províncias do norte reter suas reservas de carvão como forma de se preparar para os meses mais frios, comprometendo ainda mais a oferta.
  1. Para piorar, depois que as metas climáticas foram perdidas por 20 das 31 províncias e regiões da China – representando 70% do PIB do país -, os centros de manufatura poluentes do país receberam ordens de reduzir as emissões. 

    Usuários pesados ​​foram solicitados a interromper a produção durante os horários de pico, e alguns foram orientados a encerrar totalmente até novo aviso.

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