CloneX: como startup de NFT que movimentou milhões perdeu para centralização

A CloneX fez fama como uma startup de NFT por trás de uma coleção de 20.000 avatares 3D prontos para o metaverso. Cada um com características únicas baseadas em diferentes “tipos de DNA”, incluindo humanos, robôs, anjos, demônios e variantes raras como os “Murakami Drip” .

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O projeto nasceu em 2021 pela RTFKT, uma empresa conhecida por combinar arte digital com moda e tecnologia. Em pouco tempo ganhou destaque ao ser adquirido pela Nike em dezembro de 2021, o que elevou suas expectativas no mercado de NFTs. Contudo, nesta quinta-feira (24) parece que os detentores tiveram um susto.

Ao tomar seu café da manhã, a comunidade de NFTs recebeu uma notícia impactante. A coleção CloneX, da RTFKT, não exibe mais suas artes devido a restrições impostas pela Cloudflare, uma plataforma de segurança e hospedagem na web.

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O anúncio, que viralizou em uma postagem no X com mais de 117 mil visualizações, trouxe à tona uma série de questões sobre o futuro das coleções de NFTs, a sustentabilidade de projetos no setor e a relação entre tecnologia e arte digital.

O auge da CloneX e sua coleção NFT

A coleção foi em parceria com o renomado artista japonês Takashi Murakami, cujas obras são conhecidas por misturar cultura pop e estética futurista. Os avatares, que podiam receber personalizações com diferentes traços como roupas, acessórios e cores, atraíram colecionadores e investidores, gerando um volume impressionante de transações.

De acordo com dados históricos, a CloneX alcançou números expressivos: mais de US$ 81,3 milhões em vendas diretas de NFTs e outros US$ 37,8 milhões em royalties, totalizando uma movimentação financeira de quase US$ 119 milhões.

Além disso, a RTFKT realizou airdrops de itens exclusivos para detentores da NFT da CloneX, como cupons de sneakers digitais, que aumentaram ainda mais o hype em torno do projeto.

Na época, a coleção era como o “próximo CryptoPunks”, um dos projetos pioneiros de NFTs. Muito devido ao seu potencial de valorização e à comunidade engajada que se formou ao seu redor.

Como a CloneX perdeu para centralização

Apesar disso, do sucesso inicial, sinais de declínio começaram a surgir. A RTFKT, que passou a pertencer à Nike em dezembro de 2021, parecia ter mudado seu foco para outras iniciativas, como a integração de NFTs com produtos físicos e experiências de realidade aumentada.

A CloneX, que já havia sido um dos pilares da empresa, passou a receber menos atenção. Portanto, diversas reclamações vieram desde a falta de atualizações e eventos para os holders (detentores dos NFTs). Desse modo, a comunidade começou a perceber um distanciamento dos criadores.

Um grande baque foi o desta quinta, quando perdeu a guerra (mas não a batalha) para centralização. O golpe fatal foi a restrição da Cloudflare, que bloqueou o acesso às imagens dos NFTs da CloneX. A mensagem exibida ao tentar visualizar os avatares é clara.

“Este conteúdo foi restringido. Usar a Cloudflare é uma violação dos Termos de Serviço. O serviço foi desativado.”

Ou seja, os metadados (basicamente a descrição da imagem) ainda está no blockchain, mas a imagem que estava sob “custódia” de uma empresa centralizada foi removida por ela. Portanto, sem as imagens, os NFTs perderam seu valor visual, restando apenas os metadados e os registros na blockchain. Para muitos holders, isso foi desesperador.

O impacto na comunidade

A postagem no X, feita pelo usuário PixOnChain, resume o sentimento de frustração de muitos investidores: “Seja a CloneX: faça US$ 81,3M em vendas de NFTs, ganhe mais US$ 37,8M em royalties, distribua cupons de sneakers, fique em silêncio, desligue os servidores e deixe os holders com um link quebrado e um sonho.”

Por fim, a RTFKT se pronunciou oficialmente sobre o problema com a Cloudflare, e afirmou que irão migrar a hospedagem de imagens para um protocolo com mais descentralização.

“As coleções CloneX e Animus estão atualmente a caminho de serem descentralizadas para o ArWeave, graças a @ardriveapp e devem voltar a ficar online, por tempo infinito, em poucas horas”, afirmou a equipe.

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