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Argentina congela preços pela 8ª vez em 8 anos em véspera de eleição

Em meio ao derretimento do peso argentino, o governo de Alberto Fernández volta a aplicar um congelamento de preços para melhorar seus indicadores às vésperas da eleição. Azul, ou blue em inglês, é via de regra a cor do dólar, ou ao menos quando falamos de Argentina. Embarque em mais de 150 horas de conteúdo […]

Em meio ao derretimento do peso argentino, o governo de Alberto Fernández volta a aplicar um congelamento de preços para melhorar seus indicadores às vésperas da eleição.

Azul, ou blue em inglês, é via de regra a cor do dólar, ou ao menos quando falamos de Argentina.

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A despeito do verde da moeda norte-americana, os argentinos se acostumaram a tratá-la como “dólar blue”, em uma referência incerta. Algumas teorias dizem se tratar do fato de a bandeira argentina ser azul, de modo que o dolar-blue seria o “dólar argentino”.

Há quem diga que a expressão vem do inglês “to blue”, ou “blow money”.

Pouco importa a origem, porém, fato é que no país ao sul existem duas moedas: a moeda do governo argentino, o Peso, e a moeda dos argentinos, impressa em Nova York pelo FED, o banco central americano.

De fato, existem inúmeras denominações. Há o blue, que se refere ao dólar transacionado entre pessoas sem envolvimento do governo, e cuja cotação é quase o dobro do oficial, além do dólar soja, dólar petróleo, dólar streaming, que basicamente indicam o que você pretende fazer com ele.

Essa obsessão dos argentinos com a moeda norte-americana não chega a ser nova. Desde pelo menos 2001, quando a Argentina viveu sua grande depressão, a moeda local caiu em descrédito.

É possível andar em Buenos Aires e realizar suas compras tranquilamente sem jamais precisar pegar em um Peso Argentino.

O uso popular do dólar é, em suma, uma tentativa desesperada de estar ligado a uma moeda estável e possuir um referencial de preços.

Trata-se de uma tática comum em diversos países, que já foi adotada no Brasil em 1994, quando R$1 valia $1, para produzir um referencial que ajude a combater a inflação.

Da mesma maneira criamos aqui índices de inflação, como o IGPM, que corrige ativos fortemente impactados pelo dólar.

No caso argentino, porém, a situação progrediu para um cenário crônico.

Assim como o Brasil a Argentina também teve seu plano real, debelando a hiperinflação.

Ao contrário do Brasil, que reagiu ao colapso do real em 1999, com novas medidas fiscais de apoio, como a Lei de Responsabilidade Fiscal, a proibição de que o Banco Central compre títulos públicos, além do saneamento de bancos públicos e privados, os argentinos não tiveram o mesmo destino.

Por lá, o colapso da paridade dolar-peso veio em 2001.

O país viu logo na sequência um colapso político. Em 12 dias, entre o natal e o ano novo de 2002, os argentinos viram 5 presidentes se revezarem no poder.

Assim como no Brasil, os argentinos elegeram políticos mais a esquerda neste período.

Culpando o neoliberalismo de Menem pelo fracasso do plano real argentino (o plano Cavallo), os Kirchner chegaram ao poder.

A história da primeira década do século 20 por lá também é praticamente igual.

Com o boom de commodities, o governo viu um fluxo de dólares imenso, e claro, tratou de gastar para amenizar as mazelas sociais do país.

O cenário é relativamente parecido com o Brasil, mas com 2 distinções.

Primeiro, o Brasil promoveu uma série de reformas pós 1999 que estabilizaram a economia. Criamos metas de Inflação, câmbio flutuante e Superávit Primário.

Segundo, a despeito de ser de esquerda, Lula manteve um banco central ortodoxo, com Henrique Meirelles.

Ao contrário do que se imaginava, por exemplo, o BC subiu os juros na primeira reunião após a eleição de Lula. A política foi mantida, e os indicadores de inflação controlados.

Na Argentina, a inflação seguiu fora de controle, atenuada pela enxurrada de dólares.

Quando a fonte secou, em meio a crise de 2008, o governo tratou logo de fraudar os índices de inflação (como o governo brasileiro faria em menos escala entre 2011-2013).

O resultado foi, como aqui, uma quebra de confiança imensa, que potencializou a crise no país.

Desde então, o dólar que custava AR$ 4 em 2008, se valorizou para até AR$180, no mercado negro.

Desde 2013, quando a crise se acentuou, os sucessivos governos já lançaram mão de ao menos 8 congelamentos de preços, incluindo o atual.

Tais congelamentos chegaram a ocorrer inclusive na gestão de Maurício Macri, mais liberal.

A medida, que busca controlar os efeitos da Inflação (impressão de dinheiro), ignoram conceitos básicos, e via de regra resultam em desabastecimento.

Ainda assim, seguem como a aposta populista para manter os resultados eleitorais no pleito que se aproxima.

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